sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Sono e inteligência


Uma pesquisa feita nos Estados Unidos (os americanos fazem pesquisas sobre tudo o tempo todo, como também mostram recentes pesquisas) revelou que as pessoas inteligentes vão para a cama dormir algumas horas mais tarde, em média, do que as menos inteligentes. Esse comportamento, ainda conforme a pesquisa, decorre do fato de as pessoas mais inteligentes serem mais curiosas, possuirem um espírito mais inquieto e perscrutador e, por isso, aproveitam as horas noturnas para exercitar a mente na busca por conhecimento. As menos curiosas e mais conformadas com as coisas como elas são, entregam-se mais rapidamente à sedução do sono, dormindo como anjos e garantindo o esvaziamento, a assepsia e a baixa quilometragem de seus cérebros.
Não sou eu quem está dizendo, são as tais pesquisas superinteressantes dos americanos, publicadas em revistas dedicadas a popularizar o conhecimento científico mundial. Não me venham telefonar lá em casa altas horas da noite querendo rebater os dados aqui expostos. Se o fizerem, vão me encontrar de mau humor por ter sido tirado do bom do son... quer dizer.... do bom das minhas leituras, obviamente.
Problema mesmo está enfrentando um primo meu que reside lá na distante Bobolândia. A tal pesquisa também foi publicada em uma revista por lá, chamada Superinquietante, e atraiu a atenção do filho dele, um adolescente de 15 anos que só quer saber de computador e internet e andava levando bomba nos estudos. Ao ler a tal matéria, esse filho de meu primo decidiu adotar uma nova postura de vida para ficar mais inteligente e obter uma performance melhor nas provas de final de ano.
O que fez ele? Ora, decidiu ir dormir cada vez mais tarde, a fim de ficar mais inteligente, pois foi dessa maneira que interpretou os dados da pesquisa. “Quem dorme mais tarde é inteligente. Quem dorme cedo é anta”, raciocinou a anta. Como suas aulas (e também as provas) ocorrem no turno da manhã, ele começou a chegar na escola tresnoitado e foi reprovado em absolutamente todos os exames. Agora anda querendo ser cientista social, para comprovar que a teoria publicada na revista é falha. Ele deve ser fruto de algum gene recessivo da família, só pode...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 25 de fevereiro de 2011)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Cozinhando analogias

“Tudo é símbolo e analogia”, já dizia o poeta português de quem só lembram da alma que não era pequena. O fato é que, se pensarmos bem, veremos que sempre é possível extrair algum aprendizado mesmo dos mais aparentemente banais atos do cotidiano. Quer um exemplo? Acompanhe-me pelas linhas que correm.
No Natal passado, ganhei de presente uma panela wok. Sabem o que é uma panela wok? Bom, uma rápida busca Google bastaria para assassinar-lhe em um instante a insapiência sobre o inusitado tema, mas vou poupar-lhe trabalho e explicar por aqui mesmo. A panela wok é um utensílio de cozinha originário da China, concebido para ser versátil em seu uso (é capaz de refogar, fritar e/ou cozinhar a comida), permitindo que o calor se distribua de forma uniforme pelos alimentos nela contida. É um objeto de desejo para gourmets e diletantes da cozinha, esfera esta na qual me incluo. Ou achava que me incluía até a semana passada, quando decidi finalmente estrear minha garbosa panela wok materializando uma receita com legumes e carne de porco que escolhi a dedo (limpo) em um livro de receitas exclusivas para serem feitas em... panelas wok!
Era dia de semana, encerrei minhas tarefas profissionais relativamente cedo e pus-me a iniciar os trabalhos cozinhais. Como todo bom cozinheiro sabe (até os maus cozinheiros como eu o sabem, por sinal), é recomendável ler toda a receita antes de começar a prepará-la, para não ser surpreendido no meio do caminho por algum passo irreversível (um primo meu da Bobolândia, certa vez, só descobriu na metade do processo que o polvo deveria ser fritado vivo, mas aí já era tarde demais). Li a receita (cujo autor jurava ser possível de produzir em apenas 35 minutos, o que não se confirmou), preparei os ingredientes, piquei alguns, ralei outros, pesei algoutros, fiz o caldo, cortei a carne, temperei o porco, escorracei o gato e mandei bala.
Duas horas depois de muito vapor e suor, o cozido estava finalmente pronto. Apesar de ter levado o quádruplo do tempo que a receita velhacamente previa, o aspecto condizia com o da fotografia no livro. A esposa chegou do trabalho e fomos à mesa, ávidos para saborear o resultado do presente e de sua estreia. Uma garfada, duas garfadas, algumas mastigadas, olhares trocados e a concordância mútua: “bom, bom, bonzinho...”. Foi aí que minha esposa, num ato súbito, pegou o vidrinho de molho shoyu e disse: “talvez se metermos um pouco disso, o sabor não realça?”. Pois assim disse, assim fez e assim se deu: tacou o shoyu e simplesmente, em um mero ato de um segundo, enriqueceu a receita que eu levara duas longas horas para produzir penando frente ao fogão e a wok empinada nele.
Lance de gênio. A genialidade está nas pequenas coisas, e não se sensibiliza com o suor dos esforçados. Ela simplesmente contempla os que são agraciados por ela. Como é que eu não vi aquele vidro de shoyu antes?
(Crônica publicada no jornal Informante, de Farroupilha, em 18/02/2011)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Alinhado a cabresto

Nao fosse por elas, sairíamos às ruas vestidos desse jeito aí de cima

Homens não se vestem. Homens se ensacam. Essa é a teoria sustentada por minha esposa sempre que desço as escadas pela manhã, vestido para o trabalho. “Não, não, não, não, não”, enfileira ela, de segunda a sexta, ao me ver da mesa do café. “Pode voltar. Essa calça você usou ontem e essa camisa não combina”, sentencia. “O que há com vocês, homens, que não conseguem ver o óbvio? Que isso não combina com aquilo e que não é preciso usar uma calça até ela sair andando sozinha pela casa e que o amplo espectro das cores exige um pouco de bom senso na hora de combinar uma camisa com uma calça e com uma meia” e muito além disso eu não consigo mais discernir porque já subi de volta e tirei tudo e rapidamente troco a camisa verde pela bege e a calça (pomba, mas só havia usado ela ontem) ainda limpinha por outra dobradinha e passadinha que eu estava imaginando poupar para o domingo e desço de novo para o tão esperado olhar de aprovação que, para minha surpresa, ainda não surge.
“Ué! Não era isso?”, indago, desnorteado, plantado a oceanos de distância da seara dos metrossexuais (desconfio de que estou mais para centimetrossexual mesmo).
“Sim, mas e esse cabelo? Passa um gel, penteia para cá, joga para lá, arruma essa gola e puxa um pouco para fora a camisa das calças para disfarçar a barriga senão fica parecendo um boneco de plástico todo espichado e vem cá que eu te ajeito”, é o que, em síntese, ela responde, já distribuindo por mim mãos e dedos serelepes que meus olhos sequer acompanham. É uma polva, ela, nesses momentos. Seus tentáculos em ação têm a sobrenatural capacidade de me fazer apresentável à sociedade em poucos minutos, transformando-me em um outro eu, que me ponho a transportar junto com a pasta rumo a meus afazeres.
“Pô, meu, tu tá na estica hoje, hein?”, exclama o colega, quando adentro a sala da reunião.
A tentação é a de puxar um ar blasé e responder algo genérico como “você acha? Apenas vesti rapidamente aquilo que estava mais à mão”, mas não ouso fazer desfeita e rendo as devidas loas à minha “personal-tudo”. “Obra da loirinha”, respondo, percebendo mais uma vez o valor de receber um belo xingão de amor.

(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 18/02/2011)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Subliteratura onde?


Ainda hoje é possível ouvir, em certos círculos literários, frases preconceituosas que insistem em classificar o gênero policial como “subliteratura”, seja lá como for que compreendam o termo. Na verdade, quem profere a sentença está apenas tentando desqualificar todo um universo de obras reunidas sob uma temática comum, reduzindo-as todas à baixa qualidade encontrada em algumas delas. Ora, má literatura é praticada despudoradamente em todos os gêneros literários, da poesia ao romance, e nem por isso os demais gêneros sofrem ataque reducionista e delimitante de forma tão sistemática.
Nomes consagrados pelas eras já transitaram pelo estilo, a começar por Edgar Allan Poe, a quem, inclusive, atribui-se a criação do gênero em literatura, tendo instituído seus pilares fundamentais. Arthur Conan Doyle, Agatha Christie, Luis Fernando Verissimo e mesmo Umberto Eco, Jorge Luis Borges e Adolfo Bioy Casares são nomes que necessariamente são salpicados pela visão preconceituosa sempre que ela é evocada, uma vez que todos esses deixaram suas assinaturas pelo gênero, eventual ou sistematicamente. Perigoso, pois, apostar nas generalizações.
E por que, afinal de contas, as sessões de apedrejamento são invariavelmente direcionadas tão somente ao gênero policial, livrando do estigma tantos outros que bem poderiam se credenciar como alvos para o mesmo preconceito? Ora, se vamos ser preconceituosos, que o sejamos de fato, empregando no processo toda a carga de insustentabilidade racional e lógica que a adoção de um preconceito requer. Sejamos democraticamente preconceituosos, portanto. Dentro do cesto da tal “subliteratura”, não deixemos sozinho o gênero policial, e sejamos generosos, acomodando ali, por que não, também a ficção-científica (e abram espaço para H.G. Wells, Jules Verne, George Orwell e Aldous Huxley, uma vez que Adolfo Bioy Casares e Edgar Allan Poe já estão lá, mas também neste gênero – ou subgênero, como queiram – se habilitariam) e os romances de aventuras (e acolham Johnathan Swift, Miguel de Cervantes, Robert Louis Stevenson) e os de horror (bem-vindos agora Bram Stoker, Mary Shelley, Guy de Maupassant...).
Subliteratura, minha gente, nada mais é do que literatura ruim, espécime abundante e pouco exigente, cujo habitat são as folhas impressas e editadas dentro do universo de todo e qualquer campo literário. O gênero policial não detém a primazia nem o privilégio absoluto de abrigá-la. Sugiro, para os mais contundentes, evitarem inclusive cair na tentação de levar a cabo a proposta de investigação que faço, sob pena de terem realmente de rever seus preconceitos. Aposto, se fosse possível concretizar tal aferição, que o percentual de livros ruins (subliteratura em essência, portanto) existentes dentro do gênero romance é infinitamente maior, em proporção, do que aquele que habita o gênero policial. O mesmo, aliás, poderia ser dito em relação à poesia. Se eu fosse você, não pagaria para ver.
(Texto publicado na seção "Planeta Livro", da revista Acontece, de Caxias do Sul, edição de fevereiro de 2011)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mágica nenhuma


Na hora do banho, como já revelei em crônica passada, minha mente vaga por searas esdrúxulas e se põe a meditar sandices. Esta semana, dei de ficar encasquetado com a questão do olho mágico, aquele artefato encravado nas portas de entrada dos lares cuja função seria a de permitir que os moradores identifiquem com segurança quem toca a campainha e deseja adentrar nossos domínios. Ora, pois, refleti eu, ensaboando a cabeça, trata-se de um dos mais inúteis objetos já produzidos pela inventividade humana, e explico por quê.
Pelo simples motivo de que não serve para nada, uma vez que, ao você meter o olho (o seu) no olho (o mágico), a imagem que lhe chega é uma monstruosidade distorcida, semelhante ao que se vê na sala dos espelhos dos parques de diversões. Impossível identificar, via olho mágico, quem está à porta. Você apenas detecta que, sim, é verdade, a campainha não tocou sozinha e você não está escutando batidas fantasmagóricas, existe mesmo alguém ali fora querendo entrar, mas definitivamente é impossível saber de quem se trata.
A não ser que a Estefânia tenha telefonado meia hora antes e dito: “Roxane, estou indo dar um pulinho aí daqui a pouco”. Aí, dali a um pouco, toca a campainha, você confere pelo olho mágico e vê que encontra-se ali, dando um pulinho, a imagem de alguém que parece ser, sim, remotamente, com aquilo que costuma ser a Estefânia. E abre-se então a porta, mais por consequência de uma conexão lógica de fatos do que devido à funcionalidade do olho mágico.
Os defensores do aparelho (os fabricantes e os instaladores de olhos mágicos) retrucarão que o objeto permite você se fazer de morto e fingir não estar em casa quando aquele indesejável aparece repentinamente para cobrar uma dívida ou tirar alguma satisfação. A réplica faria sentido caso fosse possível identificar a pessoa (o que já demonstramos ser impossível), mas mesmo assim o argumento é falho, uma vez que o visitante que está do lado de fora percebe a sombra do morador metendo o olho no olho pelo lado de dentro, o que prova que você está lá. O melhor será abrir a porta para evitar escândalos no corredor.
E, de quebra, cimentar o olho mágico da porta.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 11 de fevereiro de 2011)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Uma efêmera abstração

- Deixe-me explicar uma coisa, querida, para que você entenda: passado, presente e futuro são meras abstrações de nossa mente racional que insiste em tentar enquadrar o tempo dentro de um esquema funcional teórico que se adeque à necessidade que temos de compreender o incompreensível de nossa existência, sacou?
Espere, deixe-me continuar, ainda não terminei, baixe esse braço com o balde e tire a outra mãozinha da cintura. Esse cenho franzido é porque não entendeste nada do que eu disse, não é, amor? Pois deixa que eu explico como se você tivesse cinco anos. Senta aqui um pouquinho. É assim, ó: passado, presente e futuro não existem. O que há é um fluxo continuo da existência dos seres e das coisas. Existe o ser, e ao mesmo tempo existe o nada. O ser e o nada, pescou? Portanto, o passado não existe e nunca existiu, porque, quando o passado estava ativo, ele era o presente naquele momento, entende? Tampouco existe o futuro, porque quando aquilo que denominamos como futuro chega, ele se transforma automaticamente em presente. E o presente é outra abstração, porque ele flui continuamente, escorrega pelos nossos dedos no exato momento em que nossa mente se fixa nele, e imediatamente ele já é um passado transformando-se no futuro que se presentifica. Sem beliscar, sem beliscar, meu bem, para e escuta mais um pouquinho!
Olha só: seguindo a lógica do meu raciocínio, pois você sabe que os homens têm pensamento mais racional e as mulheres mais emocional (por isso que estás bravinha, meu amor, tudo é científico, vês?), seguindo essa lógica, fica claro que é injusta a acusação que você faz de que eu fico o tempo todo sentado no sofá comendo porcaria e olhando televisão enquanto você faxina a casa, porque você disse isso no passado, que não existe, e o presente não é este que você julga estar vendo. Quando eu digo que farei a faxina, você deve contabilizar essa promessa como algo já realizado, uma vez que acabo de te provar que... ei... benzinho... largue o chinelo... que é isso... tá bom, tá bom eu vou, eu vou, eu limpo. Me dá aqui esse balde e esse pano. Contra o chinelo, não há argumento científico que se imponha mesmo...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 4 de fevereiro de 2011)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pudicos ou libidinosos?


Estou estarrecido com os mais recentes dados a respeito do desenfreado crescimento populacional que nos conduzirá, até 2012, à marca dos 7 bilhões de seres humanos no planeta. Pipocam novas pessoinhas no mundo ao ritmo de cinco nascimentos por segundo, conforme números divulgados por institutos internacionais de pesquisa demográfica. Como o índice de mortes é de duas pessoas por segundo, é esse saldo positivo de três que vai nos empurrando para um nível de superpopulação que me faz concluir uma só coisa: somos uma espécie vidrada em sexo.
Ora, cinco pessoas nascendo por segundo é a consequência de cinco atos sexuais que resultaram em óvulos fecundados com sucesso. Em um minuto, são 300 atos sexuais iguais a esses. Em uma hora, 18 mil. Em um dia, 432 mil atos sexuais que resultaram (ou resultarão, daqui a nove meses) em óvulos fecundados que proporcionarão gestações sem percalços e darão à luz novos seres humanos. Mas esse número não abarca a quantidade de atos sexuais realizados no mundo nesse mesmo período, pois, como bem sabemos, nem todo (na verdade, pequena parte) ato sexual resulta numa gravidez. O que leva à óbvia conclusão de que nós, seres humanos, praticamos muito mais do que apenas cinco atos sexuais por segundo ao redor do planeta. Façamos uma projeção empírica para ver onde nossa especulação é capaz de nos levar.
Digamos que o número de atos sexuais que resultam na fertilização de óvulos que, mais tarde, não se concretizarão em nascimentos devido a problemas de gestação, seja, pelo menos, o dobro do que o número inicial. Isso nos levaria a dez atos sexuais por segundo. Já é o suficiente para dobrar toda a conta e chegar a 864 mil atos sexuais por dia. Mas vamos além: acrescente aí o número de relações praticadas entre homens e mulheres sem preservativos, que derivem em ejaculações que simplesmente não fertilizem os óvulos. Dupliquemos, empiricamente, o número anterior, e vamos a 20 atos sexuais por segundo. O que nos dá 1.728.000 atos sexuais por dia. Junte agora, em um mesmo índice, todos os atos sexuais praticados utilizando-se algum tipo de método anticoncepcional, mais todos os atos sexuais em suas variadas formas que não contemplam como consequência a possibilidade de concepção e duplique o índice mais uma vez.
Pronto. Em minha pesquisa empírica e chutométrica, chego ao estarrecedor índice de 3.456.000 atos sexuais praticados ao redor do planeta por dia. Arredondemos o número para três milhões e meio de intercursos sexuais realizados por dia, na Terra. Levando-se em conta a convicção de que quase a totalidade desses atos é praticada entre dois indivíduos (rarissimamente mais do que isso), temos 7 milhões de pessoas dedicadas ao sexo em um dia no planeta. Somos uma raça libidinosa. Ou não? Espere um pouco.
Se somos quase 7 bilhões de seres humanos, 10% de nossa população representa 700 milhões de pessoas. E 1% significa 70 milhões. Logo, os tais dos 7 milhões de indivíduos copulantes a cada 24 horas não representam mais do que 0,1% da população planetária divertindo-se por dia nas delícias das alcovas. Os demais dormem, leem ou assistem ao BBB. Somos, a bem da verdade, portanto, uma espécie extremamente pudica. Viram como os números enganam?
(Crônica publicada no jornal Informante, de Farroupilha, em 4 de fevereiro de 2011)