Quem foi que disse que bolso é o
lugar mais apropriado para o sujeito guardar butiás? Na verdade, até pode ser,
uma vez que, ali dentro devidamente empilhados, é difícil eles saltarem para
fora e virem a se espraiar pelas calçadas da urbe. A não ser que o solavanco
seja de grande monta. Só assim, para que os butiás pulem do bolso do vivente.
Pois semanas atrás fui alvo de um solavanco dessa natureza, que fez se espraiarem
longe os butiás que nem sabia vir portando no bolso, ao ser convocado para uma
reunião com colegas jornalistas representantes da ARI Serra Gaúcha, a seccional
local da Associação Riograndense de Imprensa, que representa os comunicadores da
região.
Os sorrisos largos e os apertos
efusivos de mãos provenientes dos colegas comunicadores e integrantes da
diretoria da entidade, Andreia Fontana (presidente da ARI Serra Gaúcha e
Gerente de Jornalismo da RBS Caxias) e os jornalistas Juliano Flores e Viviane
Somacal, anteviam a boa e inesperada surpresa, anunciada no momento em que eu
procurava equilibrar nas mãos uma recém-servida xícara de café preto: meu nome
havia sido escolhido para receber, na edição deste ano, o Troféu ARI na
categoria Jornalismo Digital e Impresso! Quanto butiá havia naqueles bolsos! E
que problema equilibrar aquela pequena xícara, frente ao tremor causado pela
emoção advinda da inesperada honraria! Fiquei e sigo emocionado. Juntamente com
os demais oito colegas comunicadores agraciados nas diversas categorias (Juares
Franco: Jornalismo Audiovisual; Celso Sgorla: Radiojornalismo; Lucinara
Masiero: Assessoria de Imprensa; Gilmar Gomes: Imagem; Jomba Salim: Propaganda
e Marketing; Neide Tomazzoni Michelon: Relações Públicas; Luís Antônio Giron:
Destaque Nacional e Guiomar Chies: Contribuição à Comunicação), flagrei-me
comovido com o reconhecimento advindo dos colegas de profissão e também da
comunidade, que, neste ano, foi instada a participar da escolha, por meio de
votação.
Dedicar a vida profissional à
atividade de ampliar as ferramentas de comunicação e de informação entre a
comunidade em que se atua é uma vocação que traz, junto aos desafios diários, a
plena convicção de se estar contribuindo para os processos de crescimento e
desenvolvimento regionais, bem como na formação vital da cidadania. Grato pela homenagem
e pelo reconhecimento, que se concretizam na entrega dos prêmios na
reunião-almoço da CIC (copatrocinadora do Prêmio) desta segunda-feira. E se alguém topar com butiás à solta por aí...
eram meus, mas que sigam livres, representando a realização de uma escolha
certa de vida!
(Crônica de Marcos Fernando Kirst publicada no jornal "Pioneiro", de Caxias do Sul, em 25 de novembro de 2019)
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