O eterno beatle Paul McCartney protagonizou show histórico em Porto Alegre domingo passado e encantou a todos os que tiveram qualquer tipo de contato com ele (próximo ou de longe mesmo, na plateia) devido à gentileza com a qual ele trata as pessoas, os seres humanos, gente em geral. A imprensa não cansa de se espantar a respeito de como pode ser tão gente boa, tão simpático, tão agradável e gentil uma celebridade como ele, que, segundo consta, teria tudo para exibir a maior empáfia do mundo, afinal, ele é exatamente quem ele é: ninguém menos do que Paul McCartney.
Concordo com tudo, até porque fui ao show e presenciei o cavalheirismo dele, expressado no palco pelo esforço bacana de procurar se comunicar com o público, na maior parte do tempo (e que tempo: o show durou quase três horas), falando em português. Uma grande gentileza, sem dúvida. Mas vamos dar um passinho adiante nessa questão: por que é que a extrema simpatia e despretensão de um astro encanta tanto, marca tanto, impressiona tanto? Isso não deveria ser a atitude mais óbvia das mais óbvias das atitudes em se tratando de relações humanas? Bom, a resposta é não, não é, né. Aí é que está.
A soberba, a empáfia, a deselegância, a grossura, a falta de bons modos, a antipatia são os aspectos que regem a maioria das relações sociais entre os seres humanos. E o engraçado é que é muito mais fácil encontrar essas características no comportamento dos Joões e das Marias Ninguéns que desfilam por aí, se achando grande coisa. Em grande parte das vezes, quanto mais pequena coisa um qualquer é, mais grande coisa se acha, e pior se comporta. Não é assim? Pois é, é assim. É por isso que quando surge entre nós um verdadeiro João Alguém, como Paul McCartney, a gente se impressiona com a aula de boas maneiras e de civilização que dele emana naturalmente. Que coisa, né?
Detectei isso in loco também durante a Feira do Livro de Caxias do Sul, realizada entre 1º e 17 de outubro, da qual tive a honra de ser patrono. Entre minhas tarefas, estive envolvido na recepção e no contato direto com diversos escritores. E que interessante perceber que os verdadeiros bambambans da literatura nacional são gente finíssima, tranquilos, acessíveis, aconchegantes e acolhedores. E como são insuportáveis, na proporção diretamente inversa, os coiozinhos que não são ninguém e se acham.
Paul McCartney trouxe bem mais do que o melhor rock and roll do mundo a Porto Alegre no histórico dia 7 de novembro de 2010. Com suas atitudes, escancarou para todos como é que se faz para ser realmente gente de primeira classe. “Muntcho oubrigadiu”, sir Paul. Tua linguagem realmente é universal. Espero que te entendam pelos mais variados rincões...
(Crônica publicada no jornal Informante, de Farroupilha, em 12/11/2010)
Concordo com tudo, até porque fui ao show e presenciei o cavalheirismo dele, expressado no palco pelo esforço bacana de procurar se comunicar com o público, na maior parte do tempo (e que tempo: o show durou quase três horas), falando em português. Uma grande gentileza, sem dúvida. Mas vamos dar um passinho adiante nessa questão: por que é que a extrema simpatia e despretensão de um astro encanta tanto, marca tanto, impressiona tanto? Isso não deveria ser a atitude mais óbvia das mais óbvias das atitudes em se tratando de relações humanas? Bom, a resposta é não, não é, né. Aí é que está.
A soberba, a empáfia, a deselegância, a grossura, a falta de bons modos, a antipatia são os aspectos que regem a maioria das relações sociais entre os seres humanos. E o engraçado é que é muito mais fácil encontrar essas características no comportamento dos Joões e das Marias Ninguéns que desfilam por aí, se achando grande coisa. Em grande parte das vezes, quanto mais pequena coisa um qualquer é, mais grande coisa se acha, e pior se comporta. Não é assim? Pois é, é assim. É por isso que quando surge entre nós um verdadeiro João Alguém, como Paul McCartney, a gente se impressiona com a aula de boas maneiras e de civilização que dele emana naturalmente. Que coisa, né?
Detectei isso in loco também durante a Feira do Livro de Caxias do Sul, realizada entre 1º e 17 de outubro, da qual tive a honra de ser patrono. Entre minhas tarefas, estive envolvido na recepção e no contato direto com diversos escritores. E que interessante perceber que os verdadeiros bambambans da literatura nacional são gente finíssima, tranquilos, acessíveis, aconchegantes e acolhedores. E como são insuportáveis, na proporção diretamente inversa, os coiozinhos que não são ninguém e se acham.
Paul McCartney trouxe bem mais do que o melhor rock and roll do mundo a Porto Alegre no histórico dia 7 de novembro de 2010. Com suas atitudes, escancarou para todos como é que se faz para ser realmente gente de primeira classe. “Muntcho oubrigadiu”, sir Paul. Tua linguagem realmente é universal. Espero que te entendam pelos mais variados rincões...
(Crônica publicada no jornal Informante, de Farroupilha, em 12/11/2010)
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