Dia desses, neste janeiro que nos revisita a cada início de ano, tive um novo insight atrás do volante do meu automóvel, transitando pelas ruas dessa Pérola das Colônias. Meses atrás escrevi uma crônica em que expressava minha indignação com a situação caótica do trânsito na cidade, engarrafada por um volume crescente de veículos enquanto vê-se impotente com uma infraestrutura incapaz de dar vazão ao fluxo necessário para que a coisa, em resumo, ande. Vituperei contra a lei da Física que impede a ocupação de um mesmo espaço por mais de um corpo ao mesmo tempo e estive a ponto de propor uma emenda que a revogasse, mas resignei-me a imaginar que conseguiria abrir alas em meio à estagnação transital por meio do uso de um chicotinho.
Pois, tudo errado! Esqueçam o que eu escrevi, porque constatei que o furo é bem mais em cima, ali no banco do motorista mesmo. Motivado a trafegar mais amiúde pelas ruas centrais de Caxias neste período veranil em que as férias escolares e as férias coletivas de parte das empresas locais resultam na diminuição da população circulante pela urbe, tirei o carro da garagem e fui-me faceiro às ruas, imaginando que, pelo menos durante algumas semanas, transitaria com paz. Ledíssimo engano, esse meu!
Apesar da óbvia redução do número de veículos em trânsito, fui fechado por bólidos costurantes, freei abruptamente devido a veículos que param em fila dupla, quase fui alvejado por carros que queimam o sinal vermelho, escapei de colidir contra imprudentes que saem do meio-fio onde estavam estacionados e lançam-se sem olhar à pista de rodagem, enfim, a selvageria em nada mudou.
Qual a conclusão óbvia disso tudo? Ora, uma só: o motorista caxiense é um troglodita. O problema não é o volume crescente de veículos em circulação. O problema é a incivilidade, a deseducação, o egocentrismo, o bestialismo, o terceiro-mundismo cultural de nossos (pseudo) motoristas. Não se trata de leis de trânsito ou de investimento em infraestrutura. Trata-se de mudança pessoal de atitude mesmo. E aí, não há buzina capaz de solucionar a situação. Por mais que o pisca-alerta esteja dado...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 14 de janeiro de 2010)
Pois, tudo errado! Esqueçam o que eu escrevi, porque constatei que o furo é bem mais em cima, ali no banco do motorista mesmo. Motivado a trafegar mais amiúde pelas ruas centrais de Caxias neste período veranil em que as férias escolares e as férias coletivas de parte das empresas locais resultam na diminuição da população circulante pela urbe, tirei o carro da garagem e fui-me faceiro às ruas, imaginando que, pelo menos durante algumas semanas, transitaria com paz. Ledíssimo engano, esse meu!
Apesar da óbvia redução do número de veículos em trânsito, fui fechado por bólidos costurantes, freei abruptamente devido a veículos que param em fila dupla, quase fui alvejado por carros que queimam o sinal vermelho, escapei de colidir contra imprudentes que saem do meio-fio onde estavam estacionados e lançam-se sem olhar à pista de rodagem, enfim, a selvageria em nada mudou.
Qual a conclusão óbvia disso tudo? Ora, uma só: o motorista caxiense é um troglodita. O problema não é o volume crescente de veículos em circulação. O problema é a incivilidade, a deseducação, o egocentrismo, o bestialismo, o terceiro-mundismo cultural de nossos (pseudo) motoristas. Não se trata de leis de trânsito ou de investimento em infraestrutura. Trata-se de mudança pessoal de atitude mesmo. E aí, não há buzina capaz de solucionar a situação. Por mais que o pisca-alerta esteja dado...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 14 de janeiro de 2010)
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