Circulo por entre os estandes da Feira do Livro com um cuidado redobrado nas manhãs e tardes dos dias de semana, quando o movimento, durante os horários tradicionais de expediente, permite o surgimento de espaço para transitar com certa dose de desenvoltura. Mas é preciso estar alerta. Minhas décadas de presença em ambientes de feiras de livros me permitem saber que não devo me iludir, e que é justamente aí que mora o perigo. Engana-se quem pensa que, por ser dia de semana e horário de trabalho, fica mais fácil perambular despreocupadamente de um lado para o outro entre as barraquinhas, ziguezagueando o olhar pelas sedutoras capas e títulos de todos aqueles livros que estamos doidaços para levar para casa. Nananinanina!
É nesses momentos que nosso trote livresco costuma ser interceptado por pequenos bólidos de cerca de um metro e pouquinho mais de altura que surgem zunindo a gente nunca sabe de onde e cruzam perigosamente quase por entre as nossas pernas, quando não metem um “chega-prá-lá” com os cotovelinhos afundando nossas frágeis barrigas passeadeiras e feirantes, alertando-nos para a presença de um dos elementos que mais fascinam e justificam a realização de feiras de livros: as crianças. Fique então sabendo e vai o alerta, você aí que se julga esperto e deseja passear pela Feira de segunda a sexta, em horário comercial: os corredores estão mais livres, é verdade, mas pertencem às crianças, e o limite de velocidade costuma estar flexibilizado.
Elas passam zunindo para lá e para cá, os cabelinhos esvoaçantes, a gargalhada solta sublinhando o prazeroso encontro das pequenas mãozinhas com o volume dos livros recém capturados. O deleite do contato com o livro encantador costuma ser compartilhado à larga e anunciado sem autocensuras, verdadeiramente esparramado por entre os estandes e as pernas de adultos desavisados. Que felicidade deve ser essa, a de ser livro infantil e cair nas graças de um pequeno grande leitor, que sai correndo com ele pela praça, espalhafatando satisfação literária!
Abram alas! Numa boa Feira do Livro, como essa nossa, criança está sempre na preferencial.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 08-10-10)
É nesses momentos que nosso trote livresco costuma ser interceptado por pequenos bólidos de cerca de um metro e pouquinho mais de altura que surgem zunindo a gente nunca sabe de onde e cruzam perigosamente quase por entre as nossas pernas, quando não metem um “chega-prá-lá” com os cotovelinhos afundando nossas frágeis barrigas passeadeiras e feirantes, alertando-nos para a presença de um dos elementos que mais fascinam e justificam a realização de feiras de livros: as crianças. Fique então sabendo e vai o alerta, você aí que se julga esperto e deseja passear pela Feira de segunda a sexta, em horário comercial: os corredores estão mais livres, é verdade, mas pertencem às crianças, e o limite de velocidade costuma estar flexibilizado.
Elas passam zunindo para lá e para cá, os cabelinhos esvoaçantes, a gargalhada solta sublinhando o prazeroso encontro das pequenas mãozinhas com o volume dos livros recém capturados. O deleite do contato com o livro encantador costuma ser compartilhado à larga e anunciado sem autocensuras, verdadeiramente esparramado por entre os estandes e as pernas de adultos desavisados. Que felicidade deve ser essa, a de ser livro infantil e cair nas graças de um pequeno grande leitor, que sai correndo com ele pela praça, espalhafatando satisfação literária!
Abram alas! Numa boa Feira do Livro, como essa nossa, criança está sempre na preferencial.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 08-10-10)
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