Jimmy Rodrigues |
A notícia da morte do jornalista
Jimmy Rodrigues pegou de surpresa e entristeceu toda a vila de Tapariu, a
Capital do Brócoli, a pequena cidade de colonização italiana incrustada em
algum ponto da Serra Gaúcha. Não se falava em outra coisa em toda a Rua
Rechercha, e foi a pauta de discussão entre o Epaminondas, o Francisquinho e o
Professor Alcides, a pessoa mais ilustrada da vila, que recordavam a longa vida
dedicada ao jornalismo, às crônicas e ao serviço público municipal do notável
cidadão.
O Circo Sarrazani emudeceu com a
tristeza do Palhaço Vira Cambotas e o Alcaide decretou luto oficial por três
dias, recebendo apoio no ato até do Vereador Evandir. No Bar Bicha, na Pensão
Familiar, na Casa de Pasto Prato de Ouro e no Bar da Esquina, localizado “bem
no meio de uma das quadras laterais” da Praça do Fundador, todos recordavam a
memória do saudoso repórter.
O Clube Invicto e o Arranca Toco
Futebol Clube jogaram um amistoso em homenagem ao jornalista, e os
correligionários do PUT (Partido União de Tapariu) e do PIC (Partido do
Impávido Colosso) deixaram de lado as diferenças para prestar homenagem
conjunta na Câmara de Vereadores, onde ele tinha sido funcionário durante anos.
A rádio “A Voz de Tapariu” e o jornal “O Tapariuense” recordaram a biografia do
seu ex-colaborador, autor de centenas de crônicas que refletiram a vida
cotidiana da Serra Gaúcha, retratadas no cenário e nos personagens da fictícia
Tapariu.
A verdadeira Caxias do Sul se
une aos órfãos personagens concebidos pela imaginação do escritor e também
imprime na memória a já saudosa lembrança de um de seus mais ilustres filhos.
Uma prova desse talento eu tive o privilégio de conhecer ao selecionar e
organizar as 100 crônicas de sua autoria que integram o livro “A Voz e a
Palavra” (Editora Belas-Letras, 2008), que agora fica como um perene mostruário
de seu estilo único e bem-humorado de retratar o cotidiano.(Texto publicado no jornal "Pioneiro" em 10 de junho de 2013)
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