Paris e Londres, duas das
principais capitais do mundo, são cidades centenárias, milenares, na verdade,
opulentas em tradição, cultura, história, charme e civilização. Ricas em
atrativos turísticos, têm suas calçadas, ruas, avenidas, bulevares e parques
apinhados de gente vinda de todo o mundo, todos os dias, o tempo todo. Como
também são o centro financeiro e político dos países e do continente aos quais
pertencem, agregam ainda as atenções e a presença de seus próprios cidadãos, o
que as transforma em áreas urbanas ultrapopulacionadas, os forasteiros
acotovelando-se com os “locais”, a profusão das línguas, dos usos e dos
costumes moldando Babeis modernas, vibrantes, pulsantes, repletas de vida: o
sumo da civilização ocidental.
Isso tudo agregado a um trânsito
de veículos proporcionalmente intenso. Na verdade, Londres e Paris, assim como todos
os grandes centros urbanos do mundo moderno, são cidades cujas ruas estão
atopetadas de automóveis, táxis, ônibus de linha e de turismo, trens,
motocicletas, bicicletas, taxi-bikes e congêneres, disputando palmo a palmo o
asfalto em busca de movimento, do ato de deslocar-se, tão representativo dessa
Era dos Transportes que vivemos desde o início do século passado. E o que
acontece nas ruas dessas duas capitais do mundo é o mesmo que se dá em um brete
de fazenda ali nos Campos de Cima da Serra, quando a peonada enfileira a boiada
toda, um boizinho atrás do outro no cabresto, a fim de vacinar ou marcar o
gado: bicho demais para espaço de menos, e entrevero, na certa.
Sim, tem entrevero também no
trânsito da elegante e luminosa Paris e na charmosa e vibrante Londres. Igualzinho
ao que acontece aqui em Caxias em dias de chuva, em dias de neblina, em dias de
sol e em dias de neve. Igual no entrevo, sim, mas diferente no comportamento
dos motoristas, que acabam fazendo toda a diferença. Isso porque, lá, os
motoristas transitam calma e maduramente no trânsito engarrafado. Vão indo
conforme o fluxo permite, sem nervosisminho adolescente, sem cortar a frente do
outro, sem forçar, respeitando as regras de trânsito. Já aqui, em uma sociedade
formada por adultos com comportamento infantil, inconsequente e irresponsável,
até mesmo estar parado no engarrafamento representa risco. Amadureceremos?
Façam suas apostas.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 28 de maio de 2015)
Nenhum comentário:
Postar um comentário