“Lucy” é o título de um filme de
ficção-científica lançado no ano passado, dirigido pelo cineasta francês Luc
Besson, que chamou a atenção da mídia especialmente por ser estrelado pela
belíssima Scarlett Johansson. Assisti-o poucos dias atrás para tentar matar o
tempo e camuflar o desconforto físico de estar embretado em um assento de avião
por mais de dez horas de voo. Julguei que a momentânea companhia virtual de
Scarlett funcionaria como um lenitivo eficiente para a situação e me decidi por
essa película no generoso menu de opções cinematográficas oferecido pela
companhia aérea.
Optei pelo título por dois
motivos: a Scarlett Johansson em si e o mote da trama. E acertei em cheio, pois
consegui boa diversão acompanhada por motivos para reflexão, que é o que se espera
obter ao dedicarmos minutos preciosos de nosso tempo a absorver uma obra
cinematográfica. Claro que a presença da linda e bela Scarlett Johansson justificaria
por si só o ato de assistir ao filme sem a necessidade do apoio de qualquer outra
razão. Mas vamos aos fatos.
Não vou fazer aqui uma sinopse
da trama, primeiro porque detesto que me narrem filmes, então, também não
torturo os outros com isso. Segundo, porque o que interessa aqui nessa
croniqueta é a essência da história, que vai bem além do fato de o filme ser
estrelado pela linda, bela e magnífica Scarlett Johansson. O que está em
questão em “Lucy” é o fato cientificamente conhecido de que os seres humanos
utilizam apenas cerca de 10% da capacidade que seus cérebros possuem. O que
aconteceria se de repente um indivíduo conseguisse utilizar a totalidade - os
100% - de sua capacidade cerebral? Bom, é isso o que faz Lucy, a personagem da
Scarlett, no filme, e quem quiser saber o que acontece, que vá assistir (está
nas locadoras, não é preciso sair a comprar passagem aérea, não; use o cérebro,
né, ô pá!).
O que eu fiquei refletindo
depois do filme (e do adeus a Scarlett) foi justamente isso: como seria a
humanidade se ela conseguisse usar um pouquinho mais de suas capacidades mentais?
Que fossem uns cinco por cento a mais do que os 10% atuais! Pararíamos nas
faixas de segurança? Roubaríamos menos? Seriamos mais cordatos? Ou usaríamos as
novas habilidades para ludibriarmos melhor os outros? A melhora da essência
humana depende do uso do cérebro? Hein, Scarlett? Diga alguma coisa!
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 20 de maio de 2015)
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