Estou estarrecido com os mais recentes dados a respeito do desenfreado crescimento populacional que nos conduzirá, até 2012, à marca dos 7 bilhões de seres humanos no planeta. Pipocam novas pessoinhas no mundo ao ritmo de cinco nascimentos por segundo, conforme números divulgados por institutos internacionais de pesquisa demográfica. Como o índice de mortes é de duas pessoas por segundo, é esse saldo positivo de três que vai nos empurrando para um nível de superpopulação que me faz concluir uma só coisa: somos uma espécie vidrada em sexo.
Ora, cinco pessoas nascendo por segundo é a consequência de cinco atos sexuais que resultaram em óvulos fecundados com sucesso. Em um minuto, são 300 atos sexuais iguais a esses. Em uma hora, 18 mil. Em um dia, 432 mil atos sexuais que resultaram (ou resultarão, daqui a nove meses) em óvulos fecundados que proporcionarão gestações sem percalços e darão à luz novos seres humanos. Mas esse número não abarca a quantidade de atos sexuais realizados no mundo nesse mesmo período, pois, como bem sabemos, nem todo (na verdade, pequena parte) ato sexual resulta numa gravidez. O que leva à óbvia conclusão de que nós, seres humanos, praticamos muito mais do que apenas cinco atos sexuais por segundo ao redor do planeta. Façamos uma projeção empírica para ver onde nossa especulação é capaz de nos levar.
Digamos que o número de atos sexuais que resultam na fertilização de óvulos que, mais tarde, não se concretizarão em nascimentos devido a problemas de gestação, seja, pelo menos, o dobro do que o número inicial. Isso nos levaria a dez atos sexuais por segundo. Já é o suficiente para dobrar toda a conta e chegar a 864 mil atos sexuais por dia. Mas vamos além: acrescente aí o número de relações praticadas entre homens e mulheres sem preservativos, que derivem em ejaculações que simplesmente não fertilizem os óvulos. Dupliquemos, empiricamente, o número anterior, e vamos a 20 atos sexuais por segundo. O que nos dá 1.728.000 atos sexuais por dia. Junte agora, em um mesmo índice, todos os atos sexuais praticados utilizando-se algum tipo de método anticoncepcional, mais todos os atos sexuais em suas variadas formas que não contemplam como consequência a possibilidade de concepção e duplique o índice mais uma vez.
Pronto. Em minha pesquisa empírica e chutométrica, chego ao estarrecedor índice de 3.456.000 atos sexuais praticados ao redor do planeta por dia. Arredondemos o número para três milhões e meio de intercursos sexuais realizados por dia, na Terra. Levando-se em conta a convicção de que quase a totalidade desses atos é praticada entre dois indivíduos (rarissimamente mais do que isso), temos 7 milhões de pessoas dedicadas ao sexo em um dia no planeta. Somos uma raça libidinosa. Ou não? Espere um pouco.
Se somos quase 7 bilhões de seres humanos, 10% de nossa população representa 700 milhões de pessoas. E 1% significa 70 milhões. Logo, os tais dos 7 milhões de indivíduos copulantes a cada 24 horas não representam mais do que 0,1% da população planetária divertindo-se por dia nas delícias das alcovas. Os demais dormem, leem ou assistem ao BBB. Somos, a bem da verdade, portanto, uma espécie extremamente pudica. Viram como os números enganam?
(Crônica publicada no jornal Informante, de Farroupilha, em 4 de fevereiro de 2011)
Ora, cinco pessoas nascendo por segundo é a consequência de cinco atos sexuais que resultaram em óvulos fecundados com sucesso. Em um minuto, são 300 atos sexuais iguais a esses. Em uma hora, 18 mil. Em um dia, 432 mil atos sexuais que resultaram (ou resultarão, daqui a nove meses) em óvulos fecundados que proporcionarão gestações sem percalços e darão à luz novos seres humanos. Mas esse número não abarca a quantidade de atos sexuais realizados no mundo nesse mesmo período, pois, como bem sabemos, nem todo (na verdade, pequena parte) ato sexual resulta numa gravidez. O que leva à óbvia conclusão de que nós, seres humanos, praticamos muito mais do que apenas cinco atos sexuais por segundo ao redor do planeta. Façamos uma projeção empírica para ver onde nossa especulação é capaz de nos levar.
Digamos que o número de atos sexuais que resultam na fertilização de óvulos que, mais tarde, não se concretizarão em nascimentos devido a problemas de gestação, seja, pelo menos, o dobro do que o número inicial. Isso nos levaria a dez atos sexuais por segundo. Já é o suficiente para dobrar toda a conta e chegar a 864 mil atos sexuais por dia. Mas vamos além: acrescente aí o número de relações praticadas entre homens e mulheres sem preservativos, que derivem em ejaculações que simplesmente não fertilizem os óvulos. Dupliquemos, empiricamente, o número anterior, e vamos a 20 atos sexuais por segundo. O que nos dá 1.728.000 atos sexuais por dia. Junte agora, em um mesmo índice, todos os atos sexuais praticados utilizando-se algum tipo de método anticoncepcional, mais todos os atos sexuais em suas variadas formas que não contemplam como consequência a possibilidade de concepção e duplique o índice mais uma vez.
Pronto. Em minha pesquisa empírica e chutométrica, chego ao estarrecedor índice de 3.456.000 atos sexuais praticados ao redor do planeta por dia. Arredondemos o número para três milhões e meio de intercursos sexuais realizados por dia, na Terra. Levando-se em conta a convicção de que quase a totalidade desses atos é praticada entre dois indivíduos (rarissimamente mais do que isso), temos 7 milhões de pessoas dedicadas ao sexo em um dia no planeta. Somos uma raça libidinosa. Ou não? Espere um pouco.
Se somos quase 7 bilhões de seres humanos, 10% de nossa população representa 700 milhões de pessoas. E 1% significa 70 milhões. Logo, os tais dos 7 milhões de indivíduos copulantes a cada 24 horas não representam mais do que 0,1% da população planetária divertindo-se por dia nas delícias das alcovas. Os demais dormem, leem ou assistem ao BBB. Somos, a bem da verdade, portanto, uma espécie extremamente pudica. Viram como os números enganam?
(Crônica publicada no jornal Informante, de Farroupilha, em 4 de fevereiro de 2011)
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