Refletir. Sempre é importante
refletir sobre as coisas. Observar, pensar, analisar e, quando possível,
concluir. Se não for possível chegar a alguma conclusão no momento, então é
preciso refletir mais, escutar mais, estudar mais. A paciência e a prudência
são amigas da reflexão que origina conclusões lúcidas, serenas e construtivas.
Pois andei refletindo um pouco
depois de encerradas as eleições, no domingo que passou, e cheguei a algumas
conclusões que, então, compartilho. A principal delas é de que estou orgulhoso
da maturidade cívica atingida pelo povo brasileiro nesse portentoso processo
logístico que é concretizar uma eleição em um país tão grande como o nosso.
Independentemente dos ânimos acirrados e de um que outro episódio sem maiores
consequências aqui e acolá, o saldo final foi uma eleição tranquila, pacífica,
ordeira em todos os sentidos. E isso não é pouco.
Os maiores vencedores dessas
eleições são o povo brasileiro e o sistema democrático exemplar que vem se consolidando
urna a urna após 21 anos de uma ilegítima ditadura militar, que acabou execrada
por uma população que almejava exatamente isso que vimos agora: normalidade
democrática, respeito constitucional ao resultado das urnas, candidatos
derrotados aceitando a derrota e cumprimentando os eleitos. Desde a retomada do
processo democrático livre e direto de escolha de nossos governantes, viemos
gestando uma estabilidade institucional que se consolida como a verdadeira
essência de nossa visão de sociedade. Ditadura, golpismo, casuísmo, são termos
que vão sendo varridos para a lata de lixo de nossa história. Amém.
Estamos mostrando ao mundo que
somos capazes de construir uma democracia madura, calcada na paridade do peso
do voto de todos os cidadãos, que atendem ao dever cívico de maneira
consciente, pacífica, cidadã. A cada eleição que realizamos, protagonizamos
goleadas de mais do que seis a zero na intolerância, na injustiça, no
autoritarismo. Somos bons nisso. E sabemos que, passadas as eleições, repleto que
está o país de questões a serem resolvidas, temos, todos e cada um, muito,
muitíssimo a fazer. Mãos à obra.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 28 de outubro de 2014)
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