Quem não gostaria de ser
bailarina do programa “Domingão do Faustão”, da Rede Globo de Televisão? “Eu
não!”; “nem eu!”; ”eu também não!”; “eu, fora!”; ”não!”; “eu não!”! Está bem, está
bem, desculpem, comecei esta crônica da maneira errada, admito. Ou até que
comecei certo, porém, dirigi a pergunta ao público errado. Ora, Marcos Kirst,
perguntar aos seus inteligentes leitores (especialmente às suas inteligentes
leitoras) se desejariam integrar o corpo de ballet de um programete televisivo
de auditório! Foi mal!
Mas a pergunta era apenas
retórica, para introduzir um assunto que me chamou a atenção nas páginas de notícias
na internet, ontem. Parece que surgiu uma crise séria entre as moçoilas
bailantes que integram o corpo de ballet do programa apresentado por Fausto
Silva nas tardes de domingo. Elas estariam indignadas com a decisão da
produção, apoiada por Fausto, de criar um reality show (sabe, senhora, esses
programas de competições que alavancam a audiência das emissoras para vender
mais automóveis) com candidatas a bailarinas do programa. A competição terá
eliminatórias regionais e a vencedora levará como prêmio a chance de assinar
contrato e ir lá dançar para nós, junto às outras, em frente às câmeras, nas
tardes de domingo. Legal, não? Quem não gostaria de... Ops, desculpem de
novo...
Mas, então, a tal da crise das
bailantes. Parece que as lindas bailarinas (que, cá entre nós, candidatas, se
ninguém ainda lhes disse, digo-lhes eu: entre os requisitos, o principal,
certamente, é o de ser jovem e bela, belíssima, atordoantemente sarada e bela,
para que sejamos hipnotizados pelas coreografias, exato, pelas coreografias). Então,
retomando, parece que as bailarinas oficiais (são umas doze ou treze, conforme
fiquei contando em uma fotinho do corpo – de ballet - que ilustrava a
reportagem) estão revoltadas com a projeção que as novatas vão ter em todo o
país, em detrimento delas, que estão lá suando as malhas domingo sim e domingo
também. Pode isso?
Bem, pode. Até porque o Faustão,
ao ser informado sobre a crise das rodopiantes, disse alguma coisa assim como:
“quem quiser, fica, quem não quiser, que caia fora”. Ou seja, primeira lição de
reality para as candidatas: nessa vida, ou você dança, ou você dança.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 24 de abril de 2015)
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