Neste ano de 2015 os municípios
que integram a região conhecida como Serra Gaúcha, especialmente aqueles
originários a partir da chegada de colonos oriundos da Itália, celebram os 140
anos da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul. Caxias do Sul, a “Pérola das Colônias”,
conforme apelidou-a Júlio de Castilhos (então presidente da Província) na
visita que fez ao município em 1897, também se insere na programação de
festividades alusivas ao evento histórico.
Que os imigrantes italianos,
depois de dias de viagem cruzando o Atlântico, chegaram aqui e tiveram de
arregaçar as mangas para transformar a mata virgem em local de sustento, isso a
gente sabe. Mas vale a pena, também, para compreender melhor que mundo era
aquele do ano 1875, embarcar em uma máquina do tempo e fazer um rápido
mundo-tour para ver o que rolava no planeta naquela época. Venham comigo.
No dia 3 de março de 1875, por
exemplo, o compositor francês Georges Bizet (1838 – 1875) fazia a estreia de
sua ópera “Carmen”, em Paris (Bizet morreria exatamente três meses depois da
estreia de sua mais afamada obra). Personalidades importantes morreram naquele
ano, como o enciclopedista francês Pierre Larousse, criador de uma coleção de
enciclopédias que levava o seu nome; o político e desembargador brasileiro Cândido
José de Araújo Viana, que ficou conhecido como Marquês de Sapucaí e o escritor
e mago francês Eliphas Levi. Em 4 de agosto, morria em Copenhague, capital da
Dinamarca, o escritor Hans Christian Andersen (1805 – 1875), famoso por criar
histórias infantis hoje universais, como “O Patinho Feio”, “O Soldadinho de
Chumbo”, “A Pequena Sereia” e outros.
Também foi um ano em que nasceu
gente que depois alcançaria a fama, como o médico, filósofo e escritor
alsaciano Albert Schweitzer (morto em 1965); o compositor francês Maurice Ravel
(morto em 1937), autor do famoso “Bolero”; e o mágico e escritor inglês
Aleyster Crowley (morto em 1947). Em novembro, no Brasil, era fundado o jornal
“O Estado de São Paulo”. Enquanto isso, pelos morros da Serra Gaúcha, centenas
de famílias de colonos começavam a transformar em realidade, por meio do
trabalho, a meta de construir aqui um lugar propício para viver, trabalhar e
moldar sonhos.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 17 de abril de 2015)
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