Mas tchê, te falo em mulher
bonita essa juíza de Livramento que não se deixou abater pelos atos de
vandalismo dos intolerantes bárbaros e preconceituosos que tacaram fogo no CTG.
Sem se intimidar, ela conseguiu celebrar o casamento do par de lésbicas, no
sábado passado. A cerimônia de casamento coletivo, que uniu 28 casais (27 de
pares heterossexuais e um par homossexual), teve lugar no Salão do Júri de
Livramento, mesmo. E pronto, a lei foi cumprida.
Quem queria casar, casou. Casaram
porque se gostam e desejam construir vida juntos. E puderam casar porque
vivemos em um país regido pelas leis, e a lei brasileira permite que as pessoas
se casem entre si. Basta que para isso possuam os requisitos necessários e não
haja impedimentos legais. E o fato de serem do mesmo sexo não é mais um
impedimento legal. Ou seja, se as moças (ou moços) se gostam e querem casar, a
lei brasileira permite que casem. É um grande avanço no sentido de abrigar na
forma da lei o mais nobre sentimento que um ser humano pode nutrir pelo outro:
o amor, independentemente do gênero da pessoa amada.
Viva a lei. E vivam os juízes
que a fazem vigorar na prática no cotidiano da sociedade, enfrentando com
coragem o preconceito, o barbarismo, o atraso, a fúria, o medievalismo de quem
julga o mundo a partir da pequenez de seu próprio umbigo e não consegue admitir
a riqueza das diferenças. Linda, a juíza Carine Labres, que não se intimidou
com o vandalismo dos covardes retrógrados que tentam passar recado sem mostrar
a cara. Linda porque tem determinação no que faz, porque sabe que é preciso
fazer a diferença atuando na profissão que escolheu para sua vida (jornalista
tem de fazer a diferença, encanador tem de fazer a diferença, professor tem de
fazer a diferença, bombeiro, costureira...). Linda porque tem consciência de
que a batalha contra todos os tentáculos da intolerância é uma batalha que se
luta no dia a dia, com as armas do debate, do exemplo e das atitudes. Linda, a
juíza.
Como? Se ela é loira ou morena? Branca
ou negra? Alta ou baixa? Jovem ou idosa? Não sei, mas que é um exemplo de
beleza humana, ah, isso é.
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