Existem mistérios filosóficos
que jamais desvendaremos. Entre eles, aquele que instiga a pensar sobre a
precedência de algumas coisas sobre as outras, como “quem veio primeiro: o ovo
ou a galinha”? Isso, jamais elucidaremos. Mas há outros que, com um pouquinho
de pesquisa e de raciocínio, é possível sanar. Por exemplo: todos achamos que a
raça de cachorro dachshund é apelidada de “salsicha” por causa de seu formato
semelhante ao do embutido comestível, mas é o contrário. Surpresa, não?
Pois é, e como foi que descobri
isso? Ora, minha senhora, pesquisando. Para sua informação, saiba que hoje, 9
de setembro, comemora-se a invenção do cachorro-quente, ocorrida há 130 anos,
em 1884, nos Estados Unidos. Sim, até o prosaico cachorro-quente, sucesso das
festinhas infantis de sábado à tarde, teve de ser inventado pelo engenho
humano, não nasceu pronto em árvores como o xis-bacon ou o salame.
Pois consta que foi um imigrante
alemão que se estabeleceu nos Estados Unidos em 1880 e passou lá a vender com
sucesso uma salsicha quente criada por um patrício seu na Alemanha, décadas
antes. Esse alemão na Alemanha, o das salsichas, batizou seu embutido
compridinho de “salsicha dachshund”, devido à semelhança do acepipe com o
formato de seu cãozinho de estimação. Assim, as salsichas eram inicialmente
conhecidas como “dachshund” e também como “salsichas cachorrinho”. Como eram
vendidas quente, viraram hot-dogs. Então, foi o cão que batizou a salsicha, e
não o contrário. Não existe o cachorro tipo salsicha, mas sim a salsicha tipo
cachorro. Porque obviamente o cachorro veio antes, né!
Já o alemão migrado para os
Estados Unidos vendia seu lanche inicialmente acompanhado por um par de luvas,
para que os clientes protegessem as mãos do calor e da gordura. Só que a
maioria não devolvia as luvas e ele começou a ter prejuízo. Daí que (bingo!)
veio a ideia de envolver a salsicha em um pãozinho sovado, dando origem então
ao maravilhoso invento culinário que exatamente hoje faz anos. Já pode imaginar
o que vou sugerir para celebrar a data e a ingestão de tanta informação nova...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 9 de setembro de 2014)
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