O Governo (a gente coloca a
palavra em maiúscula sempre que pretende se referir aos poderosos que realmente
tomam as decisões dentro dos gabinetes governamentais – também conhecidos como
“os home” –, independentemente de sabermos ou não quem eles são, apesar de,
muitas vezes, o termo poder ser confundido com desgoverno, mas deixemos isso
para lá que o foco deste espaço não é tecer avaliações políticas, coisa que Rosilene
Pozza faz com muito mais propriedade, neste jornal, do que este singelo
cronista). Onde estávamos? Ah, sim, iríamos falar sobre o governo. Quer dizer,
sobre o Governo. No próximo parágrafo.
O Governo anda pensando... Ainda
vai decidir, mas já anunciou que anda pensando, o que, convenhamos, é um sinal
positivo, pois quem deseja um Governo que tome decisões sem pensar nelas antes?
Um Governo que toma decisões sem pensar nelas antes corre o risco de descambar
para a categoria de governo, assim, com letra minúscula, o que o aproxima
perigosamente da subcategoria de desgoverno, que significa um governo sem
categoria alguma.
O Governo (ainda com “G”
maiúsculo), então, anda pensando (oba!) em estender este ano o horário de verão
até o final do mês de março (caso contrário, se encerrará dia 22 de fevereiro,
conforme o previsto), com o objetivo de economizar energia elétrica, haja vista
a caótica situação dos reservatórios de água no país devido às chuvas que
chovem, alagam tudo, mas, pelo visto, se recusam a acertar a mira em cima dos
reservatórios (desconcertante esse desgoverno das chuvas). O Governo, que pensa
antes de tomar decisões, pretende fazer uma reunião dia 12 (Governos com
maiúscula, além de pensarem antes de tomar medidas, também fazem reuniões para
anunciar futuras reuniões em que as tais medidas serão tomadas, tudo para
evitar que descambe para a letra minúscula), quando então a situação será
analisada (Governos fazem reuniões para analisar as situações que resultarão no
anúncio formal de eventuais medidas a serem tomadas).
Já eu, aqui, na insignificância
minúscula de minha reles cidadania, fico apenas a torcer que a decisão seja
positiva, pois que só vou para a praia em março e adoraria ver o pôr-do-sol às
oito e meia da noite, governando de sunga a minha merecida caipirinha.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 7 de fevereiro de 2015)
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