Pelé ou Maradona? Rio de Janeiro
ou Buenos Aires? Samba ou Tango? Vargas ou Perón? Mônica ou Mafalda? Chorizo ou
picanha? Cacetinho ou media-luna? Sorvete ou helado? Cartola ou Gardel? Jorge
Amado ou Jorge Luis Borges? Real ou peso? Arrigo Barnabé ou Astor Piazzolla? Gaúcho
ou gaucho? Blau Nunes ou Martín Fierro? Nando Reis ou Fito Paez? Suco de laranja
ou de pomelo? Rio Amazonas ou Rio da Prata? Futebol ou fútbol? Palácio do
Planalto ou Casa Rosada? Obrigado ou gracias? Bom dia ou buenos dias? Vamos ao
litoral ou a la playa?
Dizem que entre os fatores
cruciais que concorrem para uma ótima qualidade de vida figura a manutenção de
boas relações com os vizinhos, especialmente quando se tem o privilégio de
possuir bons vizinhos. É o caso do Brasil, que, em suas fronteiras sulistas,
cultiva a regalia de vizinhar com países agradáveis, culturalmente ricos e
acolhedores, como Argentina e Uruguai. Passadas as tensões artificiais e
interesseiras insufladas ao longo das décadas de 1960 e 1970 pelos governos
militares que oprimiram concomitantemente os povos de Brasil e Argentina, hoje
as populações dos dois países vivenciam uma vizinhança de alta qualidade,
proporcionando trocas de vivências e experiências enriquecedoras para ambos os
lados.
As rivalidades realmente sérias
não ultrapassam mais os campos das paixões futebolísticas, seara na qual a
disputa da primazia do reinado futebolístico entre Pelé e Maradona jamais será
solucionada, claro que por pura teimosia injustificável dos nossos hermanos, mas deixemos isso prá lá. O
fato é que, neste 30 de novembro, celebra-se o Dia da Amizade Brasil/Argentina,
data que, a meu ver, é plenamente justificável para consolidar as boas relações
entre dois povos que se apreciam e convivem pacificamente há tanto tempo.
De minha parte, a partir das
várias experiências que venho tendo ao visitar diversos pontos da Argentina ao
longo dos anos, só acumulo boas experiências junto aos hermanos. Taxistas honestos, garçons solícitos, camareiras
simpáticas, pessoas sempre agradáveis e acolhedoras. E como leem os argentinos!
Um país em que a imagem de uma pessoa lendo um livro em público não passa a
sensação de um E.T. a passeio, como o que ocorre aqui pelas plagas brasileiras!
E agora bateu aquela saudade de um desayuno
ao ar livre na calle, regado a media-luna, dulce de leche e alfajores.
Como será que anda o tempo em Buenos Aires...?
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 30 de novembro de 2015)
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