Se a moda pega – e, pelo jeito,
já está pegando –, está decretada a derrocada de toda a indústria fabril e têxtil
do país, bem como a falência das lojas de roupas. Sim, porque, ao que tudo
indica, em seguindo o andar da carroça pela trilha que vai, ninguém mais anda
muito interessado em se vestir e a ordem do dia parece ser “tá todo mundo nu”. Não
sei se é só aqui no Brasil que acontece o fenômeno, mas a onda do “peladismo”
está batendo forte e o que mais se vê é gente disposta a cruzar os limites das
praias de nudismo para desfilar seus modelitos “de-como-vim-ao-mundo” pela aí.
Senão, vejamos. Primeiro foi a
atriz Maitê Proença, agora integrante de um divertido programa televisivo de
debates esportivos (cujo nome não vou citar para não fazer propaganda e, até
porque, todos sabem que se chama “Extraordinários”, na tevê paga), que jurou de
tamancos juntos aparecer pelada caso seu time do coração, o Botafogo,
conseguisse ser campeão este ano da Série B do Brasileirão e retornasse à elite
do Campeonato Brasileiro. Pelo visto, vai ter de cumprir, já que os jogadores e
a torcida do Botafogo fizeram a sua parte. Sou inclinado a crer que havia até
mesmo marmanjo de times adversários torcendo pela boa campanha do Botafogo,
botando lenha nessa fogueira, só para que a atriz tivesse de ser chamada às
contas.
Mas isso foi uma coisa. A outra
coisa rolou agorinha há pouco, quando o escritor de telenovelas Aguinaldo Silva
prometeu aparecer pelado caso “Império”, sucesso televisivo de sua autoria,
papasse o Emmy Internacional como melhor novela do ano. A cerimônia de premiação
ocorreu segunda-feira em Nova York e pimba: “Império” venceu. Aguinaldo Silva
terá de sair pela aí pelado. Onde irão cumprir suas promessas, Maitê e
Aguinaldo? Quem mais vai aderir à onda? O que é que motiva essa gente a decidir
celebrar feitos seus e externos tirando as vestes e exibindo suas pudicícias?
O fenômeno é bastante
sintomático por coincidir em suas incidências (há de se recordar dos peladões e
das peladonas a correrem pelas vias públicas recentemente em Porto Alegre e em
outras localidades do país) com o anúncio da revista Playboy norte-americana,
de que não vai mais publicar fotos de mulheres nuas em suas páginas, depois de
décadas de tradição nesse quesito. Alguém entende? Alguém explica? Ah, mundo, mundo...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 25 de novembro de 2015)
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