Eu não sei se é verdade, se é
oficial ou não, mas alguns sites e alguns almanaques juram de folhas juntas que
hoje, 6 de novembro, é o Dia Nacional do Riso. Não tenho conhecimento se algum
deputado andou encaminhando projeto de lei nesse sentido algum tempo atrás, o
que não seria de espantar, apesar de que ultimamente as ações de nossos nobres
parlamentares nos têm feito mesmo é chorar. De qualquer forma, a proposta deste
dia é darmos uma atençãozinha a esse ato tão característico dos seres humanos e
das hienas, que, segundo dizem, detém até poderes curativos. O riso.
Meu avô paterno e meu avô
materno adoravam rir e, mais do que isso, de fazer rir, pois eram grandes
colecionadores e contadores de piadas. Bastava encontrá-los que lá vinha uma
piada, um chiste, um trocadilho. As piadas já conhecíamos de cor, mas mesmo
assim sempre ríamos, afinal, o que valia era apreciar a graça e o entusiasmo
com que as contavam, imbuídos da melhor das intenções, que era a de nos fazer
rir, compartilhando conosco um pouco de leveza e de desprendimento, afinal
sisudez demais faz mal para o fígado. Meus antepassados estavam convictos da
verdade contida na máxima de que “rir é o melhor remédio”, conforme afirmava o
título de uma seção fixa e muito popular nos anos1960 e 1970, incluída nas
páginas de “Seleções de Reader´s Digest”, publicação que não podia faltar nos
lares brasileiros de norte a sul do país e da qual extraíam – meus avôs – a
maioria das piadas que contavam.
Anos mais tarde, o pensador e
escritor italiano Umberto Eco me ensinou, ao ler as páginas de seu afamado “O
Nome da Rosa”, que o riso já vivera momentos de opressão nos antigos mosteiros
medievais, onde era considerado uma blasfêmia diabólica, inibido e punido até
mesmo com a morte. Felizmente, hoje sabemos que a alegria, que conduz ao riso,
é atitude com fortes poderes terapêuticos, comprovados cientificamente. Não é
para menos que atores voluntários adotam a prática de visitar hospitais levando
humor e graça em forma de pequenas esquetes aos pacientes, a fim de aliviar os
doentes dos males que também repercutem em seus espíritos.
Se de fato rir é o melhor
remédio, também não sei. Mas até hoje não conheci contraindicações e venho
tentando usar sem muita moderação, e não somente no dia dedicado a ele. Vamos
ver no que vai dar...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 6 de outubro de 2015)
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