Em tempos de nova edição do Big
Brother Brasil (a incrível e inimaginável 16ª edição), o assunto que vou
abordar a seguir reveste-se de importante véu de relevância (sim, porque, no
Brasil, o país do BBB, tudo o que tenha referência ao programa, a partir do
momento em que outra edição se inicia, passa a ser da maior relevância, como
bem sabemos). Vamos falar dos pinguins da Antártida. Que cara de espanto é
essa, madame? Acha que pirei na mandioquinha? Ah, mas isso já faz tempo que
sim, nem preciso confessar. Mas siga lendo que a senhora vai se surpreender.
Eu não gostaria de ser um
pinguim na Antártida. Assim como também não gostaria de ser um participante do
BBB. E se não sou um participante do BBB é porque, na condição de pessoa em
plena posse de minhas faculdades decisórias, decidi jamais enviar vídeo meu
dançando axé de sunga para a produção do programa a fim de ser avaliada minha
potencialidade como “brother”, o que garante minha ausência em qualquer edição
do programa televisivo mais amado do país de Machado de Assis. Agora, se não
sou pinguim na Antártida, isso não se dá por decisão pessoal e sim por uma
dádiva da Natureza, que me fez gente no Brasil (apesar de, no meu país, o BBB
estar na sua 16ª edição, mas isso é um detalhe que os pinguins da Antártida no
precisam ficar sabendo).
O que me faz não querer ser
pinguim na Antártida com a mesma intensidade com que não quero ser um
participante do BBB são as dezenas de câmeras que os cientistas instalaram em
certa região lotada dessas aves lá nas friagens do chamado Continente Gelado. Ao
todo, são 40 câmeras fotografando tudo (mas tudinho mesmo) que a pinguinzada
faz, da manhã à noite, em uma determinada comunidade de pinguins, com a
intenção científica de descobrir de que maneira o aquecimento global está
influenciando na vida da tchurma. Então é assim: se o pinguim resolve dar um
mergulho gelado, a câmera fotografa ele; se o pinguim decide tirar uma soneca
sobre um iglu, foto nele; se o pinguim corre atrás da pinguina, a coisa fica
registrada; se o pinguim bate bico com o outro pinguim, instantâneo da peleja.
Em resumo, foi-se a privacidade
que ainda parecia resistir no mais longínquo recanto do planeta. Não dá mais
nem para pensar em ser pinguim na Antártida. Desisto, hoje de noite vou
assistir ao BBB. Parece até que já houve eliminação na casa. Viu, madama? Não
sou assim tão alienado...
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