Ah, um cafezinho no meio de uma
tarde gelada, acompanhado por um redondo,
quentinho, dourado e saboroso pão de queijo! Tem coisa melhor? Bom, pensando
em termos absolutos, claro que daria para elencar algumas dezenas de coisas
melhores do que um irresistível pão de queijo a aquecer um estômago vazio no
meio de um dia de trabalho, ou ainda no início da manhã.
Mas a pergunta é apenas retórica
e a resposta certa, para fins de efeito estético deste texto, é você concordar
com a intenção do cronista e dizer “não, não existe no mundo nada melhor do que
um pão de queijo em um cenário como o que você descreveu, amado cronista” (a
expressão “amado cronista” decorre aqui da necessidade irrefreável de afago ao
ego que este que vos escreve estas mal traçadas linhas, ao sabor de pães de
queijo, necessita receber em doses cavalares, ficando, portanto, optativa ao
critério dos leitores, estes sim, todos indiscriminada e democraticamente
amados pelo colunista). E já que agora, quando chegamos à metade do texto,
entramos em concordância e compartilhamos a concepção de que nada há no mundo
(por ora) melhor do que um pão de queijo quentinho e coisa e tal, passa a soar
razoável que façamos aqui uma justa homenagem aos padeiros, esses abnegados
trabalhadores anônimos tão fundamentais para a manutenção de um dos aspectos
mais triviais e fundamentais de nosso cotidiano.
Sim, porque hoje, 8 de julho, é
o Dia do Padeiro. Levando-se em conta que a humanidade consome pães há seis mil
anos e que o pão de queijo, em específico, levando-se em conta todo esse
cenário histórico, é invenção recentíssima, é preciso que teçamos loas à
criatividade gastronômica que invade sazonalmente o âmago de alguns desses
profissionais, instando-os a criarem essas pequenas pérolas alimentares que
preenchem de sabor nossas bocas e nossas almas. Meus sinceros parabéns,
portanto, aos padeiros em seu dia, especialmente por proporcionarem às nossas
mesas essa variedade inesgotável de sabores a partir de pães como o d´água, de
centeio, integral, francês, baguette, sírio, de forma, de leite, de mel, preto,
sovado, de milho, de forno, assado na palha e tantos outros.
Não fossem os padeiros a
produzirem esse tão básico e vital alimento, não conseguiríamos, nós,
escritores, forjarmos as figuras de linguagem que unem o alimento do corpo com
o do espírito, tentando elevar nossos escritos à categoria de produto vital
como o é de fato e inegavelmente o pão. Todos convidados, então, a brindarmos,
com uma tacinha de expresso e um pão de queijo, ao Dia do Padeiro, ali no café
da esquina.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 8 de julho de 2014)
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