Gosto de ler essas matérias
sobre aumento da expectativa de vida dos brasileiros, a partir dos dados que o
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga sazonalmente. A
mais recente pesquisa, divulgada ontem, indica que os brasileiros nascidos em
2013 têm uma expectativa de vida de 74,9 anos (já o que significa esse 0,9 eu
não entendo: 74 anos e nove meses ou 74 anos e uma nona fração de 12 meses, o
que daria... sei lá quantos meses?), ou seja, 03 (três meses será, ou um terço
de 12, que seriam quatro meses?) a mais do que a pesquisa anterior, que previa
74,6 anos.
De qualquer forma, são
praticamente 75 anos de expectativa de vida para quem nasce no Brasil nos dias
de hoje. Melhorou bastante em relação às últimas décadas. Como não nasci em 2013,
fiquei tentando encontrar dados que indicassem qual a minha expectativa de
vida, nascido eu no mesmo Brasil, porém, na década de 1960 do século (e do
milênio) passado. E encontrei. Vou compartilhar.
Os dados são de 2012, mas
servem. Pessoas na faixa dos 30 anos têm uma expectativa média de mais 47,4 anos
(essas frações são incompreensíveis) de vida. Quem está na faixa dos 40,
poderia viver em média mais 38,3 anos e, os de 50, mais 29,6 anos de vida pela
frente. Estou em uma faixa intermediária e optei por aplicar ao meu caso o
índice mais alvissareiro, naturalmente. O fato é que esses índices vêm
crescendo a cada divulgação de nova pesquisa. Em 2002, a expectativa geral de
vida era de 71 anos. Ou seja, ganhou-se quase 4 anos a mais em apenas uma
década. Onde vamos parar? Qual o limite?
O fato é que os avanços da
medicina, a conscientização sobre hábitos que levam a uma existência mais
saudável, a melhora das condições de vida da população, são fatores que
influenciam diretamente nesses índices de longevidade. Todos os meus avós,
nascidos nas décadas de 1910 e 1920, ultrapassaram a barreira dos 80 anos de
idade, o que me dá esperanças entusiasmantes, caso eu siga olhando para os
lados ao atravessar as ruas. Todos desejamos vida longa. O que me pergunto é, dentre
esses todos, quais estão realmente preparados para envelhecer.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 2 de dezembro de 2014)
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