Causou-me
espécie a notícia de que Hollywood anda tramando a volta da saga “Guerra nas
Estrelas”, com o lançamento do sétimo filme da série previsto para dezembro do
ano que vem. Sou da geração que era pré-adolescente e que assistiu no cinema
(aqueles antigos cinemas de calçada) aos três primeiros longas da série, os
hoje clássicos “Star Wars” episódios 4, 5 e 6, nas décadas de 1970 e 1980.
Darth Vader, Han Solo, R2-D2, Princesa Leia, Luke Skywalker, C-3PO, Obi-Wan
Kenobi e Chewbacca povoam minha mitologia particular de personagens
inesquecíveis, intimamente ligados a uma fase da vida que sempre é
significativa.
Circulou
esses dias pela internet e nas páginas dos jornais uma fotografia do elenco do
futuro filme reunido para iniciar as leituras do roteiro. Fiquei emocionado com
a imagem mostrando, em uma ampla sala, as presenças conjuntas dos atores da
trilogia moderna (os episódios 1 a 3, filmados no final dos anos 1990 e início
dos anos 2000) e os da saga clássica, confirmando que a intenção vai mesmo
virar realidade. E estavam todos lá: Harrison Ford (Han Solo), Carrie Fisher
(Princesa Leia), Mark Hamill (Luke Skywalker), Peter Mayhew (Chewbacca) e todos
os outros. Essas reuniões saudosistas de astros pop que marcaram épocas
cruciais de nossas vidas trazem uma poderosa carga de nostalgia que nos remete
à essência daquilo que somos e das pessoas em que nos transformamos, nos
fazendo refletir sobre nossas próprias trajetórias a partir da cultura que nos
molda.
Ver
esses atores reunidos décadas depois, para renovarem o sonho que embalou nossas
infâncias, faz soprar um vento revitalizador em nossas almas, e é por isso que
nos enternecemos e vibramos com esses reencontros. A sensação é de que nossa
própria vitalidade pessoal recebe um novo sopro de ânimo. Que bom poder voltar
a sonhar no cinema com atores desse quilate reencarnando personagens tão
queridos. Mesmo que não seja mais em cinema de beira de calçada; mesmo que um
misterioso gongo grave não mais produza um som de uma nota só (”dommm”) ao
apagar das luzes na sala, indicando o iminente início da sessão; mesmo que a
gente não bata mais os pés no chão de madeira produzindo um ruído estrondoso
antes de o filme começar; mesmo que o Canal 100 não exiba na telona os lances cinematográficos
da movimentação futebolística do país nas últimas semanas; a magia ainda estará
lá, nos duelos de sabres de laser, que não poderão faltar.
A
criança que nunca expulsei de mim exulta.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 3 de maio de 2014)
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