Andam rindo, aí pelas plagas das
redes sociais (não, madame, eu escrevi “plagas”, mesmo, sinônimo de “região”,
mas a senhora tem razão na confusão, pois, em se tratando de questão
relacionada às redes sociais, poderia muito bem este metafórico cronista estar usando
o termo “pragas” a fim de desqualificar alguma típica baboseira que nelas
transita, mas não é o caso, apesar de, pensando bem, talvez vir a ser mesmo o
caso, acompanhemos o desenrolar do texto para ver no que é que vai dar). Dizia
eu, mesmo...? Ah, sim, mas no segundo parágrafo, que este aqui já ficou tijolaço.
Andam rindo, aí pelas pragas das
redes sociais (opa, agora me enganei, mesmo, eu queria escrever “plagas”, mas
façamos assim: cada leitor aplica o termo que achar melhor , tanto “plagas”
quanto “pragas”, que ambos se encaixam no contexto do que vai ser discutido, e,
de lambuja, aprofundamos o exercício da construção comunitária e democrática da
crônica). Mas andam é rindo do povo da cidade de Angicos, no interior do Rio
Grande do Norte, que esta semana entrou em pânico ao confundir um drone com um
disco voador. Pois é, viraram meme nas prag... quer dizer, nas redes sociais os
áudios de angicanos (será assim?) apavorados, testemunhando o sobrevoo da
assustadora máquina desconhecida, cheia de luzinhas piscantes, certamente
proveniente de outro planeta, a confirmar a chegada do final dos tempos com a
descida de ETs esverdeados e repletos de más intenções. Mas o disco voador não
passava de um simples drone, utilizado por uma empresa para fazer o
levantamento fotográfico aéreo de determinada área. Foi o que bastou...
Só que não tem graça nenhuma a
confusão e o desespero vivenciados por alguns dos moradores de Angicos.
Primeiro, porque o ritmo das evoluções tecnológicas hoje é tão alucinado que
ninguém está livre de, às vezes, ficar com a impressão de que é o único peixe
fora d´água (conheço gente que não sabe anexar arquivo em e-mail, por exemplo)
e acabar pagando mico de vez em quando. Segundo, porque, uma vez que não se
tratava de disco voador coisa nenhuma e tampouco de invasão marciana, tanto os
moradores de Angicos quanto o restante de nós teremos de seguir nos apavorando
mesmo é com as barbaridades e descalabros cometidos pelas más intenções dos
humanos daqui da Terra. E isso não tem graça nenhuma.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 17 de outubro de 2015)
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