Ao longo desta semana, os
noticiosos televisivos do mundo todo andam acompanhando uma movimentação
histórica que começa a tomar lugar no norte da França. Na próxima sexta-feira,
dia 6 de junho, comemoram-se os 70 anos do “Dia D”, codinome pelo qual ficou conhecida
a “Operação Overlord”, o desembarque de tropas norte-americanas, britânicas e
canadenses nas praias da costa da Normandia, dando início à derrocada do
domínio nazista sobre a região da Europa ocidental (a libertação das regiões
orientais ficou a cargo do Exército Vermelho, da União Soviética).
Foi a maior operação bélica de
desembarque anfíbio de toda a história da humanidade, o que resultou no despejo
em um dia de 175 mil tropas aliadas ao longo dos cerca de 80 quilômetros de
costa, nas praias denominadas com os nomes-código de Utah, Omaha, Juno, Gold e
Sword. Cerca de 4,9 mil soldados aliados perderam a vida somente naquele 6 de
junho de 1944, dia do desembarque, quando as tropas foram recebidas a bala pelos
nazistas que patrulhavam a costa francesa.
A partir dessa ação ousada,
complexa, portentosa e crucial, ladeada pelo avanço determinado das tropas
soviéticas pelo leste, o processo de derrocada do império nazista começava a se
consolidar, culminando na vitória dos Aliados 11 meses mais tarde, em 7 de maio
de 1945, com a rendição incondicional da Alemanha. O esforço de guerra aliado
internacional empregado para libertar o mundo do jugo imposto pela união de
regimes totalitários desumanos, violentos e discriminatórios como o nazismo
alemão, o fascismo italiano e o imperialismo japonês da época, custou um preço
elevadíssimo em vidas humanas.
Felizmente, não faltaram dezenas
de milhões de cidadãos comuns ao redor do planeta dispostos a doar suas
próprias vidas para tornar esse esforço possível. O mundo que esses heróis nos
legaram é este que está aí: imperfeito e repleto de desafios a serem
solucionados, é claro. Porém, indescritivelmente melhor do que a barbárie
insana que tentou ser imposta pelos psicopatas que sequestraram durante aqueles
anos os governos dos países do Eixo.
Sexta-feira, dia 6 de junho,
diversos veteranos sobreviventes da invasão da Normandia, hoje senhores com
cerca de 90 anos de idade, estarão de volta ao palco de um dos capítulos mais
importantes da História da Humanidade, para receber as justas homenagens que
jamais estarão à altura do feito que protagonizaram. Aqui em Caxias, de onde
também partiram soldados para combater na Itália, é uma boa oportunidade para
visitar o Museu dos Ex-Combatentes da FEB, que reúne acervo relativo à campanha
brasileira na II Guerra Mundial. Situa-se ali na Rua Visconde de Pelotas, 249
(fone 3901-1422). Fica a dica.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 4 de junho de 2014)
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