Coitado do Mario Sergio Conti.
Fiquei com pena dele, do mico pelo qual passou, ainda mais por ter pagado esse
mico por pura ingenuidade pessoal ou por desinformação mesmo, o que, no caso
dele, é grave, uma vez que se trata de jornalista conceituado no centro do
país. Eu, assim como boa parte dos meus leitores, não sabia quem era o Mario
Sergio Conti, até o mico dele ter virado notícia nacional esta semana. Ruim,
isso, virar notícia nacional devido a mico pago. Daí que me deu pena.
Pois aconteceu de o Mario Sergio
Conti, colunista do jornal “O Globo” e da “Folha de São Paulo/UOL”, apresentador
da Globonews, embarcar em um voo na ponte Rio-São Paulo poucos dias atrás e
pimba, dar aquela sorte de jornalista, de se sentar exatamente ao lado do
técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari! Conti não teve dúvidas:
aproveitou os cerca de 40 minutos do voo e arrancou declarações interessantes
do treinador em plena competição, como a de que “se tivéssemos três jogadores
como o Neymar, a Copa seria uma tranquilidade”.
Foi “tá e pá”! O avião
aterrissou e Conti voou para a redação, a colocar nos sites dos órgãos de
imprensa para os quais trabalha as bombásticas declarações quentíssimas e
exclusivas que obtivera do Felipão, seu colega de voo. Só que... só que não era
o Felipão, gente. O técnico da Seleção Brasileira não fica pegando voo sozinho
na ponte aérea Rio-São Paulo, especialmente em pleno andamento da Copa do
Mundo, né. Tratava-se de um sósia. O jornalista Conti entrevistou ninguém menos
do que Wladimir Palomo, sósia de Felipão que, inclusive, faz ponta no programa
“Zorra Total”, da Rede Globo. Xii... que mico!
Tudo bem, o engano foi logo
desmentido, não houve gravidade alguma, exceto a bola fora do jornalista. Mas
eita que sósia mais competente esse, não? Eu, ao ler a notícia, não tive
dúvidas: levantei da sala e corri ao espelho do banheiro para fitar a mim
mesmo, imaginando qual a personalidade famosa pela qual eu seria capaz de me
fazer passar. “Brad Pitt... David Beckham... Tarcísio Meira... Godzilla não vale,
que sou melhor do que o original... Justin Bieber...”. Nisso, minha esposa
passa pelo corredor, vê a cena e dispara: “Ah tá vendo? Tá horrível mesmo, né?
Quando é que vai cortar esse cabelo?”.
Felizmente, eu tenho quem me
traga de volta à realidade. Foi o que faltou ao lado do Mario Sergio Conti
naquele voo, aquele dia...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 21 de junho de 2014)
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