Então, a Croácia. Hoje de tarde,
a partir das 17h, brasileiros gaúchos, brasileiros baianos, brasileiros
nordestinos, brasileiros paulistas, cariocas, brancos, pretos, mulatos, de
todas as descendências e sotaques, ricos e pobres, empresários ou desempregados,
jovens, crianças e velhos, estudantes e trabalhadores, estaremos todos
envolvidos no verde e amarelo que nessas ocasiões elimina nossas diferenças
para torcermos juntos pela Seleção Brasileira de Futebol contra o primeiro
adversário que se apresenta para ser superado rumo à sonhada conquista do
hexacampeonato. O nome dele é Croácia.
A Croácia, agora sabemos (ou, ao
menos, deveríamos), é um país da Europa Oriental, desmembrado da antiga
Iugoslávia, que veio abaixo e se fragmentou na década de 1990. Houve guerras e
conflitos internos sérios naqueles territórios naquela época, que ganharam as
manchetes internacionais devido à violência e às atrocidades registradas. Felizmente,
hoje a Croácia está estabilizada e é a segunda maior economia da região dos
Bálcãs, ficando atrás apenas da Grécia. A capital do país é Zagreb. A língua
oficial é o croata. A maioria dos croatas é composta por católicos (mais de 80%
da população, que é de pouco menos de 5 milhões de habitantes).
Informações como essas são
fáceis de achar nos dias de hoje, especialmente com as ferramentas de busca da
internet. Três décadas atrás, por exemplo, era um pouco mais trabalhoso obter
dados sobre os primeiros adversários do Brasil em uma Copa do Mundo, como na de
1982 na Espanha, a primeira que eu acompanhei detalhadamente. Naquela ocasião,
em que a Seleção Canarinho de Sócrates, Zico e Falcão encantava o mundo com o
futebol-arte e se habilitava a trazer o tetracampeonato para o Brasil (o que
não aconteceu por causa da performance da Azurra, a Seleção Italiana), foi mais
difícil descobrir os perfis de países como Nova Zelândia, Escócia e União
Soviética. Tive de mergulhar nos pesados volumes da Enciclopédia Delta Larousse
e folhear as páginas do Almanaque Abril para me situar.
Agora, nesta Copa de 2014, que
hoje tem seu pontapé inicial, as buscas google em todo o planeta convergem para
suprir com dados a curiosidade de torcedores do mundo inteiro, interessados em
desvendar os mistérios do país que sedia o certame. Vai saber o que vão
encontrar sobre nós por aí, na rede. Nosso telhado de vidro está exposto ao
mundo, e nossa responsabilidade em fazermos bonito extrapola, em muito, a dos
23 jogadores convocados. A convocação é para 200 milhões de brasileiros. E a
meu ver, deveria ser permanente.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 12 de junho de 2014)
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