Vou dar início a um movimento
internacional em favor da transformação da data de hoje, 17 de junho, no Dia
Internacional dos Namorados. Ou também poderia a data ser intitulada Dia
Internacional da Paixão. Ou Dia Internacional do Amor. Nesse caso aqui, compreendendo-se
os termos “amor” e “paixão” como aqueles sentimentos únicos direcionados para
aquela pessoa especial que você permite se adonar de seu coração e se
transformar em sua cara-metade.
Agora, explico o por quê. Nessa
mesma data, 383 anos atrás, em 1631, morria em Agra, no norte da Índia, uma
bela princesa de 38 anos chamada Mumtaz Mahal, nome que na língua persa
significa “a joia do castelo”. Até aqui, nada demais, afinal, princesas morrem
o tempo todo ao longo da história da humanidade, porém, o passamento dessa
resultou em algo muito especial: a construção do mais famoso mausoléu do mundo,
o Taj Mahal, considerado desde 2007 pela Unesco como uma das Novas Sete
Maravilhas do Mundo Moderno.
O belíssimo monumento erigido em
mármore branco é uma das principais atrações turísticas da Índia,
configurando-se em um legado que o imperador indiano Shah Jahan deixou à
posteridade, como expressão do amor que sentia pela princesa Mumtaz Mahal. Reza
a história que a princesa Mahal morreu ao dar à luz o 14º filho do casal real,
o que entristeceu demais o soberano, que era nada menos do que o quarto
imperador Mogol, ou seja, o cara não era pouca coisa.
E para mostrar ao mundo que
pouca coisa ele não era, e que o tamanho de seu amor pela princesa era tão
grande coisa como a grande coisa que ele era, o imperador mandou construir em
homenagem a ela o Taj Mahal, o mais belo mausoléu do universo, obra que levou
21 anos para ser concretizada e que exigiu a mão-de-obra de 20 mil
trabalhadores trazidos de todas as partes do Oriente. O Taj Mahal foi concluído
em 1653, sendo que o imperador Jahan morreu somente 13 anos depois disso, em
1666, provavelmente eternamente inconformado com o passamento de sua “joia do
castelo”.
Assim como o rei Jahan, todos
nós temos também nossas “joias do castelo”, independentemente do gênero de cada
um. Mas como rei Jahan foi um só, estamos desobrigados a construir mausoléus
suntuosos para nossas caras-metades (até porque não haveria mármore suficiente
no planeta para tamanha demanda) e nem precisamos esperar que elas passem para
expressarmos a elas o tamanho de nosso sentimento. Um “bom dia” com um sorriso
nos lábios, uma flor de vez em quando e uma frase carinhosa também são capazes
de representar essa grande coisa que sentimos por outra pessoa. Somos todos
capazes de carregar um indescritível Taj Mahal dentro da alma.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 17 de junho de 2014)
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