Falta
apenas um mês e meio para a chegada do dia 12 de junho, data em que terá início
a Copa do Mundo sediada aqui no Brasil. De lá até 13 de julho, o país sorverá
um mês inteiro de futebol, cujas partidas serão transmitidas para quase todo o
planeta, em uma celebração esportiva das mais significativas. Até aí, tudo bem,
é isso aí mesmo. Mas...
Sabemos
que a retumbante maioria das pessoas, por uma simples questão de lógica
espacial e física, não conseguirá assistir às partidas de corpo presente, nos
estádios. Isso será um desfrute reservado a apenas alguns milhares que terão
disponibilizado tempo, dinheiro e proatividade no sentido de liberar suas
agendas, obter os ingressos, fazer reservas em hotéis, comprar as passagens
aéreas, essas coisas. Nós, os integrantes da mastodôntica maioria, vamos mesmo
é alugar, no máximo, o melhor lugar no sofá da sala defronte à televisão e
mandar ver no controle remoto (cujo botão ficará lacrado no canal esportivo de
nossa preferência durante todo o período).
Mas
também para isso se fazem necessárias certas providências e é bom o amigo já ir
se alertando. Não preciso ser eu a dizer que seria aconselhável já ir
organizando os estoques de cerveja, refrigerante, linguicinha, sorvete e sacos
e sacos de pipoca, enfim, essas porcarias todas que, via de regra, consumimos
quando estamos com os olhos vidrados na frente da televisão acompanhando os
maus tratos desferidos contra a pelota dentro das quatro linhas. Fazemos isso
ao longo dos anos acompanhando nossos campeonatos estaduais, nacionais e continentais,
e temos uma certa experiência no negócio.
Porém,
em uma Copa do Mundo, a coisa muda, parceiro. Seu sofá e sua sala serão
inundados por pessoas (esposas, namoradas, parentes em geral, vizinhos e
amigos) que, via de regra, não estão nem aí para o futebol. Mas quando chega
uma Copa do Mundo, a cada quatro anos, se transvestem de torcedores fanáticos, sentam
ao seu lado, comem da sua pipoca, secam a sua cerveja, vibram na hora errada e
ficam dando pitacos ilógicos provenientes de quem não entende patavinas das
regrinhas básicas do esporte. E lá vai você, explicar a diferença entre tiro de
meta e escanteio; explicar o inexplicável impedimento (impedimento, bem o
sabemos, é uma questão de sensível percepção macro da coisa toda); informar o
placar a cada dois minutos, essas coisas que nos torram a paciência.
Pois,
então, amigo leitor torcedor: previna-se. Junto com os estoques de produtinhos
básicos para emporcalhar seu sofá, vá desde já acumulando estoques ilimitados
de paciência. Vai precisar de muita.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 30 de abril de 2014)
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