Se alguém disser que o dia de
hoje “anda meio esquecido”, é porque está tentando fazer uma gracinha. Bata nas
costas do sujeito, dê uma risadinha dizendo “tá bom, tá bom” e siga adiante,
afinal, isso não vai mudar o seu dia nem para melhor, nem para pior. Como
existe atualmente dia para tudo, decidiu-se, não se sabe quem, nem onde, muito
menos quando, que no 11 de novembro se comemora o Dia da Memória.
Daí a razão da tentativa de
gracinha dita ali em cima, que alguém certamente tentará fazer, e não deixará
de ter razão, afinal, quem é que se lembrava disso? Ou melhor: quem é que sabia
disso? Eu é que não! E se alguma vez na vida soube, confesso que já havia
esquecido. E não, não se trata de gracinha. Como lembrar-se de uma data que, no
fundo, não tem significado algum? Quer dizer, claro que a memória em si é
importante, fundamental para a existência humana e da civilização (o que seria dos
historiadores se não fosse o resguardo da memória?), mas o que fazer de
especial em um dia destinado a celebrá-la? Pensemos.
Talvez uma forma interessante de
marcar a passagem do Dia da Memória seria destinar alguns minutos para praticar
seu uso e recordar. Recordar dos tempos idos, da infância perdida, das pessoas
que já se foram e nos marcaram, dos amigos com quem perdemos contato, da época
da escola, da antiga rua em que vivemos, essas coisas. Podemos recordar atos dos
quais nos orgulhamos de termos feito, bem como dos outros atos dos quais nos
arrependemos e envergonhamos, afinal, conhecer nosso próprio passado e refletir
sobre ele é a melhor forma de moldarmos nossa maturidade pessoal. Mas dá para
fazer ainda mais nesse dia.
Além de evocarmos o passado,
também prestaremos homenagens à memória se praticarmos a lembrança de afazeres
que gostamos de deixar abandonados no esquecimento. Podemos lembrar de
telefonar para aquela pessoa querida que passou por dificuldades, ou lembrar de
pagar aquele empréstimo feito junto ao amigo, ou de devolver um favor, de fazer
um convite, de ser gentil. Falando nisso, lembrei de algo importante: comprar
presente de Natal para o afilhado. Que tal um jogo de memória?
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