Já faz alguns meses que
me mudei de um canto da cidade para outro canto da cidade, sendo que os dois
cantos em questão (o canto velho e o canto novo) são relativamente bem
distantes um do outro. Como é natural nessa espécie de processo, ainda estou em
fase de namoro com as características das novas redondezas que passei a
habitar, conhecendo as nuances do trânsito da região, descobrindo a rede de serviços
existentes nas proximidades, os bares e restaurantes, o ritmo e o perfil do
bairro, essas coisas.
Mas apesar desse bonito
idílio habitacional, ainda existem alguns aspectos que me mantêm ferrenhamente
conectado à região de minha antiga morada, até porque, foi lá que vivi os
últimos 13 anos de minha já longa estada caxiense. É para o antigo canto da
cidade que me dirijo, por exemplo, quando o assunto se refere a algum problema
em meu automóvel. Caso ele esteja conseguindo andar, atravesso os bairros e rumo
certeiro para a oficina mecânica que me atende há mais de década logo ali, perto
de minha antiga morada. Fui fidelizado pelo atendimento personalizado, pela
honestidade dos diagnósticos, pelo preço justo, pela competência profissional
da equipe. Até porque, como todos sabem, oficina mecânica não se troca.
O mesmo se dá em
relação ao técnico em informática que furunga e soluciona os xabus sazonais de
meu computador. Ele segue morando lá perto de minha velha casa, e é até lá que
continuo indo quando preciso de um socorro que vá além de meu conhecimento restrito
a enfiar o cabo na luz, ligar a máquina e sair teclando. Ele me fidelizou pela
confiança, pelo pronto atendimento, pelo conhecimento de causa.
O mesmo ainda se dá
quando bate aquela vontade caxiense irresistível de consumir uma pizza metade
portuguesa ou atum (para mim), metade marguerita (para a esposa). Existem, sim,
porque já detectei, pizzarias aqui ao redor de minha atual morada. Mas não
titubeio em atravessar a cidade para me assentar no acolhedor ambiente daquela
pizzaria especial localizada a poucas quadras de meu antigo endereço, onde sou
amigo do dono e dos garçons e onde a qualidade do produto rima com a qualidade
do atendimento.
Sou facilmente fidelizado
por essas questõezinhas básicas: cortesia no atendimento, qualidade no produto
e no serviço e preço justo. Em busca disso, singro bairros e as distâncias se
fazem pequenas.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 20 de março de 2014)
Um comentário:
Eu não sou muito fiel, mas sou alguém que sente saudades de "amores antigos". Até hoje não achei um xis à altura do xis da Gringa.
Nem sabia que você tinha se mudado. Perdi alguma coluna...
Neste ano irei a Caxias três vezes. em uma delas, quero jantar contigo e com a Sil. Pode ser na pizzaria de perto da sua antiga casa, viu?
Bjs
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