Esta é uma crônica de aniversário. Desejo hoje ocupar as linhas desta
crônica de segunda para parabenizar e homenagear um aniversariante singular,
cujo nome já se confunde com o processo de preservação e manutenção da
identidade de Caxias do Sul e da região da Serra Gaúcha por meio do resgate da
memória: o professor, pesquisador, escritor, historiador, político e jornalista
Mário Gardelin faz 90 anos! E se fôssemos contabilizar o número de vezes em que
ele celebrou a data natalícia, ele poderia ostentar, sem pruridos, a marca de
180 aniversários comemorados. Logo explico, afinal, eu disse que se tratava de
uma pessoa singular.
Ao longo de suas nove décadas de existência, Gardelin dedicou-se a
diversas atividades, todas elas conectadas entre si pelo fio-condutor do
incansável, dedicado e produtivo trabalho intelectual. Foi professor e
pesquisador junto à Universidade de Caxias do Sul por quase cinco décadas,
radialista (passou pelos quadros de várias emissoras e coordenou a confecção,
em 1996, do livro sobre os então 50 anos da Rádio Caxias), jornalista (entre
outros periódicos, colaborou durante muitos anos com o jornal “Pioneiro”, por
exemplo, tanto na redação quanto na condição de colunista), autor de inúmeros
livros e artigos voltados ao resgate histórico da saga da imigração italiana na
região, vereador por três legislaturas em Caxias do Sul e assim por diante.
Gardelin construiu uma vida em meio aos livros (é membro-fundador da Academia
Caxiense de Letras, onde segue ocupando a cadeira de número 1), aos documentos,
à pesquisa, às pessoas, e sempre apreciou o prazer de, por meio de seus
escritos, compartilhar o conhecimento que costura com o zelo de um tecelão de
histórias. Histórias de cidades, de povos e de gentes.
Daqui a três dias, na quinta-feira, 8 de fevereiro, Gardelin comemora 90
anos de idade. Nasceu na localidade de Santa Bárbara, no interior de Ana Rech
em 1928, quando a região ainda pertencia a São Francisco de Paula (recebeu, por
isso, o título de Cidadão Caxiense da Câmara de Vereadores em 2008), o que, na
verdade, é uma meia-verdade. Ele nasceu mesmo foi no dia 14 de janeiro, mas só
foi registrado três semanas mais tarde, em Vila Seca. Por conta disso, durante
muitos anos, a família comemorou as duas datas, conforme relata a este cronista
a esposa do escritor, dona Vanir. Afinal, como sempre foi um apaixonado por
História (e estórias), Gardelin resolveu potencializar ao máximo a sua própria,
celebrando dois aniversários por ano. Parabéns a você, mestre Gardelin, nestas
datas queridas!
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