domingo, 28 de agosto de 2011

Guias da alma humana

Imponho-me algumas regras a serem seguidas nessa minha já longeva trajetória de leitor, a fim de manter aceso o interesse pela leitura, ampliar meus horizontes literários e aprofundar meus gostos. Na estante dos “livros a serem lidos”, divido-os em cinco grupos temáticos, aos quais vou recorrendo alternadamente, para atender assim a todo o espectro de leituras que julgo serem necessárias para que eu não me torne um leitor obtuso, preguiçoso, previsível.
As cinco divisões são as seguintes: clássicos da literatura universal (desde títulos consagrados pelas eras até trabalhos recentes que alcançaram projeção); obras de não-ficção (que versem sobre assuntos vários de meu interesse); literatura geral (tudo aquilo que por algum motivo me desperta a atenção); literatura brasileira (é preciso saber o que anda sendo – ou foi – produzido no país) e literatura local (é crucial conhecer os autores que produzem literatura em nossa própria aldeia). Isto posto, vou pirilampeando pelos volumes dispostos ordenadamente junto a seus respectivos grupos, puxando para perto aquele que o momento me induz a dar início à leitura.
Mas o que tenho percebido, no andar dos anos e das leituras, é que cada vez mais meu prazer em ler é recompensado pelos chamados clássicos da literatura universal. O termo “clássico” traz em si um ingrediente fundamental, que é a qualidade do texto, a profundidade da abordagem, a competência na caracterização dos personagens e das tramas. Como é bom ler o que é bom. Conferindo minhas anotações de leituras, detecto que, nos últimos 12 meses, tive a felicidade de debruçar minha alma sobre cinco dessas obras que me proporcionaram inesquecíveis momentos de fruição do melhor da arte da escrita, e que recomendo a todo o qualquer um que tenha o desejo de vivenciar a mesma experiência. Vamos a eles.
Começamos com “A Romana”, do italiano Alberto Moravia (1907-1990). Moravia, se não tivesse sido escritor, seria um psicólogo de primeira linha, tamanha a capacidade que possui de vasculhar a psiquê dos personagens que cria. É enternecedor e ao mesmo tempo angustiante acompanhar a vida da prostituta Adriana nessa obra que prima pelo estilo simples, direto e genial. Depois, passados alguns meses, fui para “A Boa Terra”, da autora norte-americana Pearl S. Buck (1892-1973), acompanhando a saga de vida do camponês chinês Wang Lung, em uma obra que marcou época por desvendar para o Ocidente os mistérios da cultura e das tradições chinesas.
Continuei a saga de leituras com “Orgulho e Preconceito”, da inglesa Jane Austen (1775-1817), precursora dos dramas de amor a partir de um texto refinadíssimo e também da construção convincente da personalidade de seus personagens. Na sequência, conferi a famosa novela “Morte em Veneza”, do alemão Thomas Mann (1875-1955) e, por fim, a também famosa novela do norte-americano Scott Fitzgerald (1896-1940), “O Grande Gatsby”, ambas lidando, em última instância, com as consequências da incapacidade de refrear impulsos hedonistas.
Além do prazer de saborear as mais belas páginas já escritas, o que esses autores nos presenteiam é com instrumentos para melhor conhecermos, por meio da leitura de suas tramas, as nuances da alma humana. E, por óbvio, a nós mesmos. Recomendo.
(Texto publicado na seção "Planeta Livro" da revista Acontece Sul, edição de agosto de 2011)

Eu sou um viciado

Há um vício frente ao qual não consigo reunir forças suficientes para opor resistência eficaz. Pior de tudo é que ajo em relação ao problema igual ao alcoólatra que não admite estar dominado pela bebida, e insiste em sustentar a falácia de que é capaz de largá-la quando bem entender, bastando querer. Só que jamais chega o momento de querer largá-lo, e é aí que a garra do vício vai apertando seu indesatável nó.
O mesmo se dá comigo, não em relação ao álcool ou ao consumo de qualquer espécie de droga lícita ou ilícita, mas sim no quesito aquisição-compulsiva-de-livros-que-me-interessam-sobremaneira-e-que-precisam-ir-morar-lá-em-casa-agora. Não posso entrar em uma livraria que eles saltam das prateleiras e pulam no meu colo, disputando atenção e desejando seguirem comigo para uma eterna vida conjunta.
Mas minha compulsão não se restringe, logo aviso, à simples aquisição dos livros, como que atendendo a uma inclinação à mera posse e acúmulo de objetos a fim de saciar alguma tara psíquica flutuante nos recônditos de minha psiquê. Também leio compulsivamente os livros que adquiro, e procuro manter equilibrada a equação entre o volume de obras a ler e a admissão de novos títulos para dentro de casa. O problema é que a casa não aumenta espacialmente na mesma medida em que os livros vão chegando, e aí sim é que reside o perigo maior de minha compulsão. Antes de um de nós ter de sair (eu ou os livros), temo que minha esposa e o gato se unam para me internar na LLL, a Liga dos Livristas Lascivos, para desintoxicação.
Felizmente sei da existência de seres semelhantes a mim perambulando soltos por aí, o que me dá um alento. Dia desses o Germano, lá da livraria Do Arco da Velha, relatou-me o episódio de um cliente dele que telefonou-lhe da praia, no verão, avisando que ele, o cliente, passara a perna no Germano. “Por quê”? Quis saber o livreiro. “Porque eu comprei aí de ti três livros maravilhosos e em troca deixei apenas um punhado de dinheiro”. Bingo! Frase típica de presidente da LLL, que reconhece a impossibilidade de mensurar o valor de um bom livro. Depois da história, claro que alimentei meu vício comprando um livrinho...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 26 de agosto de 2011)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O mal do século

Não é a Aids, não é o câncer, não é o Alzheimer, não é o estresse e tampouco a depressão. A doença que simboliza o mal do século não é outra senão a velha e medieval preguiça, apresentada em sua forma mais devastadora, que é a preguiça mental. É a falta de vontade de colocar o cérebro em funcionamento o grande problema crônico que devasta milhões de seres humanos espalhados pelos quatro cantos do mundo, transformando-os, por autoindução, em robôs idiotizados cujos pescoços circulam pelas ruas servindo meramente de suporte para uma caixa craniana pesada em ossos e esvaziada pelo vácuo que represa em seu interior. Muito triste de ver, senhores.
A tal preguiça mental (doença classificada como autoimune, uma vez que é produzida pelo próprio organismo do portador) é responsável por desencadear uma série de outros sintomas correlacionados, sendo os mais comuns o desinteresse e a apatia em relação ao mundo que cerca os portadores da enfermidade. Essa manada de neoacéfalos prefere aceitar todo o tipo de informação que lhes chega sem contrapor o menor questionamento, engolindo qualquer coisa que lhes for arremessada, a exemplo dos bebês-pássaros que permanecem de bicos escancarados nos ninhos à espera do jantar que a mamãe-pássaro se incumbe de procurar. De bocarras abertas, aguardam passivamente o que o céu lhes atirar goela abaixo, e dependem da boa-vontade de terceiros para que a qualidade do cardápio seja decente. Na maioria das vezes, engolem é minhocas mesmo. Se preferirem dourados e saborosos grãos de milho, vão ter de aprender a voar e a caçar por conta própria (mas aí é necessário superar a preguiça, exatamente no ponto em que a porca começa a torcer o rabinho).
Dia desses li num jornal uma professora da PUC de São Paulo afirmando que a internet utiliza uma “retórica da infantilização” na criação de nomes de empresas virtuais que se transformam em ferramentas de uso diário, como o Google e o Yahoo, entre outros. A tese até pode estar correta, mas os exemplos foram infelizes, e faltou à pesquisadora pesquisar um pouco mais a respeito da origem dos termos que utilizou como exemplo. O Google faz referência ao número imaginário (batizado como “googol”) inventado por um matemático norte-americano (Edward Kasner), representado pelo número dez elevado à potência 100, que simboliza uma quantidade astronômica maior do que qualquer coisa mensurável no universo. É um número inatingível, maior até do que as partículas subatômicas existentes na Criação. Alguém sabia disso?
Já “Yahoo” é um termo criado pelo escritor irlandês Jonathan Swift (1667-1745), no livro “As Viagens de Gulliver”, e utilizado pelos personagens houyhnhnms para se referirem aos seres humanos, no País dos Houyhnhnms. Quer saber quem e o que são os houyhnhnms? Ah, ficaste curioso? Ótimo. Ou és sadio ou começas a se curar da doença. Leia o livro ou pesquise em fontes confiáveis, e saberás. Aliás, sabes o significado do nome de sua rua? É nome de pessoa? E já tiveste a curiosidade de saber quem foi a pessoa que dá nome à rua em que você mora?
O caminho para a cura é simples, mas não significa que seja desprovido de esforço pessoal. Deixar de ser uma anta depende de a própria anta desejar empreender um esforço mínimo (seguramente menor do que o Google) para ultrapassar a fase houyhnhnm e se transformar em um verdadeiro Yahoo. É tudo com você.
(Crônica publicada no jornal Informante, de Farroupilha, em 19 de agosto de 2011)

domingo, 21 de agosto de 2011

Elas, de novo

Pronto! Elas outra vez! As velhinhas do chá das tardes de sextas-feiras, que masoquistamente insistem em seguir lendo minhas crônicas, apesar de reiterarem o ódio que nutrem pelos meus escritos e por esse meu teimoso estilo de períodos longos que as deixa em suspenso e quase lhes rouba o fôlego ao final de cada interminável parágrafo nos quais as vírgulas pouco se fazem presentes, para desespero delas todas, e nas quais penso com certa compaixão ao depositar agora aqui algumas delas, as vírgulas, para que possam sentar um pouquinho e perceberem que não sou de todo tão mau assim, apesar de sempre reincidir no vício, como podem ver. Ponto.
Dessa vez, o que despertou a incontinência da ira delas (sempre que não se contêm elas se animam a me endereçar cartinha selada e postada em Correio, me desancando de alto a baixo) foi o tema de crônica assinada por mim aqui neste espaço, semanas atrás, a respeito do problema do vandalismo contra monumentos públicos. Odiaram elas a tal crônica, conforme sustentam na missiva, não devido ao teor do que defendi no texto, mas sim porque, conforme dizem, eu estaria abordando um tema que já fora discutido por outro cronista deste periódico, não muito tempo atrás, configurando-se portanto o fato em falta de inspiração de minha parte. E assinam, de próprios punhos, firmes e raivosos, as senhoras Fulana, Beltrana, Sicrana e Roldana, sem temor algum de se exporem frente à minha atacável figura.
O instinto de autodefesa logo me impeliu a desenterrar a máquina de escrever e iniciar a datilografia de uma resposta ao quarteto, seguindo pela linha de pensamento (e de preservação dos cronistas) que sustenta que “tudo já foi dito, mas não por todos”, justificando que os temas são restritos e o que vale é a criatividade de cada autor em abordá-los. Inspirei-me na argumentação e escrevia pensando “ahá, elas vão ver só”, quando me dei por conta de que eu jamais publicara uma crônica sobre tal assunto. Elas se enganaram de cronista. Só não se enganaram no ódio que direcionam a mim, que, a bem da verdade, não precisa de maiores justificativas para ser exercitado. Coisas da vida.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 19 de agosto de 2011)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Pingos valiosos

Homens têm sérias dificuldades para compreender a alma feminina. E isso por um único e irreversível motivo: são homens, pobrezinhos. Somos homens, coitados.
Felizmente, elas, às vezes, exercitando a generosidade que lhes é peculiar, deixam pingar algumas pistas que auxiliam no entendimento de seus espíritos encantadoramente complexos. Cabe a nós – ou àqueles entre nós capazes de fazê-lo – recolher esses pingos, decifrá-los e obtermos, assim, uma leve aproximação da compreensão de algum sutil aspecto do universo feminil, tão vasto e tão insondável.
Angelina Jolie, a atriz e übermãe, largou um desses pingos dia desses, em meio às declarações que conferia a algum jornalista de alguma publicação internacional. Inquirida sobre o que mais a excita em um homem, ela respondeu que não existe nada mais excitante do que um homem sendo um bom pai. Assim mesmo, curto e grosso. Sutil e delicado. Um pingo-pista raro, prontinho para ser decifrado. O login para a abertura de um vasto disco rígido de segredos propulsores da maneira mulheril de ver o mundo.
O que você, homem amigo, confrade de infortúnio de gênero, responderia a uma pergunta desse calibre, hein? “O que mais excita você em uma mulher?”. Com que tipo de asneira você logo se sairia como resposta? “A calipígia delas”, claro, especialmente em sendo macho brasileiro. “As suas curvas, reentrâncias e saliências”, para não fugir dos clichês, como se o corpo feminino fosse uma pista de corrida. Ou “os lábios, o olhar, o aroma exalado pela suavidade da pele”, se quisermos parecer românticos e diferenciados homens do sexo masculino providos de (duvidosa) alma poética. Mas não iremos muito além disso.
Quem entre nós, entre todos os integrantes de nossa planetária manada homeral, seria capaz de imaginar que uma mulher como Angelina Jolie (e bota mulher nisso, já emendaríamos imediatamente nosotros todos) valoriza a dedicação à paternidade amorosa em um homem, a ponto de exatamente esse aspecto transformar esse homem em um ser capaz de despertar nela os mais sensuais desejos? Elas querem que sejamos gente. Nenhum de nós jamais seria capaz de imaginar isso...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 12 de agosto de 2011)

sábado, 6 de agosto de 2011

Fáceis descartes



Se eu fosse psicólogo e tivesse a mim mesmo como paciente, eu diagnosticaria em mim uma insana compulsão em apegar-me a determinados objetos, por razões que nem Jung seria capaz de desvendar. Deve ser alguma espécie de obsessão ou compulsão ainda não suficientemente estudada, que, se bem analisada, poderia explicar muita coisa. Que perigo!
As canetas, por exemplo. Tenho um dó profundo em desapegar-me delas, quando elas secam. Seja uma humilde Bic ponta porosa ou uma Montblanc (eis outro traço de minha megalomania, uma vez que jamais tive uma Montblanc, a BMW das canetas, e cito-a aqui apenas para obter efeitos literários), dói-me sempre n’alma despachar as pobrezinhas lixeira afora. Exauridas as suas essências tinteiras, é duro desapegar-me delas, justo elas, com as quais escrevi poesias – traços de minha alma –, crônicas – vestígios de meu olhar sob o cotidiano –, cheques – indícios do naufrágio de minhas finanças –, listas de supermercado e outras manifestações escritas de minha existência. Mas não me é fácil. Ponho-as fora, sequinhas como estão, e verto para dentro uma lágrima incolor de adeus ao pequeno objeto. Loucura, eu sei. Loucurinha do dia-a-dia, dessas que a gente cultiva sem alardear muito.
Pior é que não são só as canetas que provocam em mim tal sentimento. Tenho-o também em relação aos guarda-chuvas, especialmente ao vê-los inertes nas esquinas ou no meio-fio das calçadas em dias de chuva e vento, quando suas frágeis estruturas não resistem à violência das intempéries e transformam-se em um amarfanhado informe de pano e ferros retorcidos. É com angústia que percebo a facilidade (e até a raiva) com que os proprietários se desfazem de seus guarda-chuvas quando um súbito pé de vento os esbrodonga (esbrodongar é o verbo que melhor ilustra essa ação), tornando-os inúteis para cumprir sua tarefa. Suas carcaças são lançadas ao chão sem maiores ritos de despedida, e esfacelam-se sob as rodas do primeiro veículo que passe zunindo. Que dor.
Como nos desvencilhamos fácil de tudo aquilo que repentinamente não nos tem mais serventia. Muitas vezes, até de gente...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro, em 5 de agosto de 2011)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Quem ousa ousar?

“Temos, todos que vivemos, uma vida que é vivida e uma vida que é pensada. E a única vida que temos é essa que é dividida entre a verdadeira e a errada”. Os versos são do poeta lusitano Fernando Pessoa, e convidam a refletir sobre temas comuns a quem cultiva o hábito de ensimesmar o pensamento: a realidade da existência, os sonhos não realizados, os rumos outros que poderiam ter sido tomados, o que somos, o que deixamos de ser, o que gostaríamos de ser, o equilíbrio difícil entre vida real e vida sonhada e por aí afora.
É cada vez mais comum hoje em dia encontrarmos pessoas – ou tomarmos conhecimento por meio de relatos – que subitamente decidem mudar os rumos de suas vidas. De repente, sem maiores preâmbulos, largam o emprego onde vinham construindo carreiras sólidas e promissoras, ou mudam de cidade, ou decidem fazer um curso, ou desfazem o casamento, enfim, promovem mudanças profundas nos próprios caminhos de suas vidas, em busca da realização pessoal. Tem sido corriqueiro saber de gente que afirma ter percebido que a vida é uma só, não dá para ficar esperando que milagres chovam do céu, e optam, então, por fazer com que os milagres aconteçam dando um empurrão nas tramas do Destino, que às vezes se apresenta meio lento e desatento, convenhamos. Menos dinheiro e mais paz de espírito, menos correria e mais tempo para encher pulmões e almas de vida. Não são poucos os que têm ousado dar o passo no sentido de tornar mais real a vida pensada, conforme aponta o poeta.
Porém – sem um porém não teríamos crônica, pois não? -, há um aspecto que ainda passa batido, mesmo para essas almas que se colocam a materializar sonhos em vida. Trata-se da tendência que ainda temos de manter subentendidos sentimentos que só vamos ter coragem de expressar depois que as pessoas que nos são caras nos deixam para sempre. Escrevemos mensagens tocantes, bonitas e emocionantes em obituários, declarando o quanto amávamos nossos entes queridos e o quanto eles eram importantes em nossas vidas, como uma espécie de catarse pessoal e acerto de contas com a memória do falecido. No entanto, o falecido segue falecido, e não lerá a homenagem, não escutará as belas palavras referentes à sua memória cochichadas entre os que ficaram.
O que nos impede de dizermos claramente a essas pessoas o que sentimos em relação a elas enquanto convivem conosco? Imaginamos que basta trocarmos presentes nas datas impostas pelo calendário comercial para subentender que gostamos. Mas não basta. Temos de ter a coragem de dizê-lo – ou de escrevê-lo – em vida. A mesma coragem que às vezes temos ao chutarmos o balde e reorientarmos os prumos de nossas caminhadas. Porque depois, é tarde, e as mensagens caem em solo seco. Julgamos que acertamos as contas emocionais com quem partiu, mas na verdade ficamos é devendo. Para nós mesmos.
(Crônica publicada no jornal Informante, de Farroupilha, em 5 de agosto de 2011)