Hoje estou de bom humor e vou usar este espaço para tecer um merecido elogio. E ele vai para o comércio em geral, os lojistas, os atendentes de estabelecimentos gastronômicos e os prestadores de serviços que atuam em Farroupilha. E logo explico a razão dessa minha incomum generosidade toda.
Já faz alguns anos que minha esposa e eu, sempre que possível, decidimos nos desincumbir de algumas de nossas tarefas particulares optando por fazê-lo em Farroupilha, cidade vizinha à nossa, uma vez que residimos em Caxias do Sul. Sempre que dá, é para Farroupilha que vamos (usando o desvio do pedágio, naturalmente, porque ninguém aqui tem vocação para babacolândio – aliás, estamos de olho em suas promessas, governador Tarso Genro) quando temos de fazer alguma transação bancária que exija ingressar na agência; é para Farroupilha que vamos quando desejamos comprar roupas e sapatos; é para Farroupilha que vamos buscar assistência técnica para aparelhos elétricos e eletrônicos e, muitas vezes, vamos a Farroupilha frequentar bares e restaurantes.
Não, não temos parentes em Farroupilha que justifiquem uma estada mais constante na cidade, e tampouco trabalhamos no município, apesar de eu assinar esta coluna de crônicas desde o nascimento deste jornal. O que nos atrai para a cidade a fim de desenvolver essas atividades todas é um motivo só: a qualidade do atendimento que normalmente detectamos nas lojas, nos postos de gasolina, nas agências bancárias, nos estabelecimentos gastronômicos e de prestação de serviços em geral. Via de regra, somos bem atendidos, com cortesia, simpatia e profissionalismo. Características que começam a ficar escassas em centros maiores, onde os proprietários de estabelecimentos tendem a baixar a guarda justamente no atendimento, uma vez que a clientela parece vir aos borbotões. Postura bastante arriscada, como bem sabem aqueles que de repente fecham as portas devido à debandada dessa mesma clientela, que não tem longa paciência para ser tratada a chineladas.
Pode ser que sejamos sortudos. Pode ser que essa não seja a mesma impressão que possuem os farroupilhenses a respeito do assunto. Nós, porém, enquanto a coisa continuar assim, seguiremos percorrendo os vinte quilômetros que separam nossas cidades tendo a certeza de que a distância compensa a busca pelo atendimento que, enquanto clientes e seres humanos, merecemos e exigimos. Não temos dinheiro para jogar pela janela. Mas de uma coisa temos convicção: negamos o nosso para quem se esforça em não merecê-lo.
Aos farroupilhenses que lerem este texto e acharem que serve o chapéu, parabéns. É para vocês mesmos o elogio. Aos demais, farroupilhenses ou não, eis aí um exemplo a ser seguido. Todos só têm a ganhar.
(Crônica publicada no jornal Informante, de Farroupilha, em 22 de julho de 2011)
Nenhum comentário:
Postar um comentário