Mais essa agora... açúcar demais emburrece! Não, não estou brincando. Eu li
a notícia nos jornais e a estou analisando. A matéria que eu li dizia assim, ó:
“Comer açúcar demais pode consumir toda a energia cerebral, revelaram
cientistas americanos”. Sabe aqueles torrões de açúcar que a gente vê nos
filmes os fazendeiros dando para os burros, perto do celeiro? Pois é...
então... eu sempre achei que os paquidermes comem açúcar porque são burros, mas,
na verdade, é pelo fato de comerem açúcar que os burros são burros, e não é por
serem burros que inerentemente devoram açúcar, entendeu? Não? Largue já esse Chokito
e leia tudo de novo!
Após muitas pesquisas feitas com ratos (sempre eles), os tais cientistas
perceberam diferenças entre a qualidade da memória dos que consumiam muita
frutose e a daqueles que se abstinham de devorar doces. Fico a supor que os
ratos que não comiam doce são da estirpe do Mickey Mouse, do Jerry e de outros exemplares
que sabidamente falam, usam o cérebro e fazem sucesso no cinema. Já os ratos
burros, aqueles que se lambuzam de doçuras, apenas engordam e jamais saem do
anonimato, restringindo suas biografias às paredes assépticas dos laboratórios
e à espera ansiosa pela sobremesa.
Os ratos corujas, ou seja, os espertos, ficavam só no salgadinho e
conseguiam se safar mais rápido dos labirintos do que os ratos burros roedores
de mandolate. O que os espertos não contam é que, para isso, faziam uso ilegal
de aparelhos de GPS contrabandeados para dentro do laboratório por ratazanas
devoradoras de sal grosso, espertíssimas. Dizem os cientistas que o organismo
consome muita energia tentando debelar os açúcares ingeridos, o que roubaria o
combustível necessário para manter o cérebro ativo, embotando as faculdades
cerebrais do indivíduo devorador de doces. Sabe aquela salada de frutas com
sorvete, mãe, que eu comia para ganhar energia antes das provas de química,
matemática e física no segundo grau? Pois era isso! O que me fazia levar bomba
era justamente a bomba de calorias açucaradas que eu devorava para ficar mais
ligado! Burro, eu! Sorte que os vestibulares jamais são aplicados logo após a
Páscoa!
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 29 de junho de 2012)
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