quarta-feira, 20 de maio de 2015

Scarlett Johansson e o cérebro

“Lucy” é o título de um filme de ficção-científica lançado no ano passado, dirigido pelo cineasta francês Luc Besson, que chamou a atenção da mídia especialmente por ser estrelado pela belíssima Scarlett Johansson. Assisti-o poucos dias atrás para tentar matar o tempo e camuflar o desconforto físico de estar embretado em um assento de avião por mais de dez horas de voo. Julguei que a momentânea companhia virtual de Scarlett funcionaria como um lenitivo eficiente para a situação e me decidi por essa película no generoso menu de opções cinematográficas oferecido pela companhia aérea.
Optei pelo título por dois motivos: a Scarlett Johansson em si e o mote da trama. E acertei em cheio, pois consegui boa diversão acompanhada por motivos para reflexão, que é o que se espera obter ao dedicarmos minutos preciosos de nosso tempo a absorver uma obra cinematográfica. Claro que a presença da linda e bela Scarlett Johansson justificaria por si só o ato de assistir ao filme sem a necessidade do apoio de qualquer outra razão. Mas vamos aos fatos.
Não vou fazer aqui uma sinopse da trama, primeiro porque detesto que me narrem filmes, então, também não torturo os outros com isso. Segundo, porque o que interessa aqui nessa croniqueta é a essência da história, que vai bem além do fato de o filme ser estrelado pela linda, bela e magnífica Scarlett Johansson. O que está em questão em “Lucy” é o fato cientificamente conhecido de que os seres humanos utilizam apenas cerca de 10% da capacidade que seus cérebros possuem. O que aconteceria se de repente um indivíduo conseguisse utilizar a totalidade - os 100% - de sua capacidade cerebral? Bom, é isso o que faz Lucy, a personagem da Scarlett, no filme, e quem quiser saber o que acontece, que vá assistir (está nas locadoras, não é preciso sair a comprar passagem aérea, não; use o cérebro, né, ô pá!).

O que eu fiquei refletindo depois do filme (e do adeus a Scarlett) foi justamente isso: como seria a humanidade se ela conseguisse usar um pouquinho mais de suas capacidades mentais? Que fossem uns cinco por cento a mais do que os 10% atuais! Pararíamos nas faixas de segurança? Roubaríamos menos? Seriamos mais cordatos? Ou usaríamos as novas habilidades para ludibriarmos melhor os outros? A melhora da essência humana depende do uso do cérebro? Hein, Scarlett? Diga alguma coisa!
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 20 de maio de 2015)

Nenhum comentário: