sexta-feira, 1 de maio de 2015

Tanto a tão poucos

“No futuro, em qualquer lugar do mundo em que o pássaro da liberdade silve nos corações humanos, as gerações olharão para trás, verão o que fizemos e dirão: ‘não se desespere, jamais ceda à violência e à tirania, apenas resista e, se necessário, morra invicto’”. Essas foram algumas das palavras que o primeiro-ministro Winston Churchill (1874-1965) dirigiu à população britânica em discurso que proferiu na sacada do prédio do Ministério da Saúde em Londres, às três da tarde do dia 8 de maio de 1945, ao anunciar para toda a nação e ao mundo que a Alemanha nazista havia se rendido incondicionalmente às tropas Aliadas, pondo fim aos combates da Segunda Guerra Mundial em solo europeu.
A data entrou para a história moderna como V-E Day, ou seja, o “Dia da Vitória na Europa”, onde o conflito tivera início seis anos antes quando, em 1º de setembro de 1939, Adolf Hitler assombrava o mundo ao invadir a Polônia com sua máquina de guerra. França e Inglaterra logo declararam guerra à Alemanha, mas a França, já em junho de 1940, rendia-se à então insuperável Wermacht alemã, deixando durante um longo ano a Inglaterra a combater solitariamente as pretensões dominantes do nazismo. Para fazer frente ao poderio alemão foi necessário o envolvimento de diversas nações ao redor do planeta, o que exigiu o esforço conjunto e pessoal de homens e mulheres anônimos que deram suas vidas, seu sangue e seu suor para combater a terrível ameaça.
Como a História mostra, o custo para a vitória dos conceitos modernos de liberdade, cidadania, tolerância e convivência foi dos mais altos que a humanidade já pagou. Novamente parafraseando Churchill, “nunca tantos deveram tanto a tão poucos”. Mas não foram poucos, e, sim, milhões de pessoas que morreram como perseguidos de guerra, refugiados, bombardeados e enquanto soldados nos campos de batalha.

Daqui a uma semana, sexta-feira que vem, dia 8 de maio de 2015, os 70 anos do Dia da Vitória serão celebrados nos principais países vencedores do conflito, entre eles, Inglaterra, Rússia e França. Bom momento, aliás, para visitar o Museu dos Ex-Combatentes da FEB na II Guerra Mundial, situado aqui em Caxias na Rua Visconde de Pelotas, 249, aberto gratuitamente de terças a sábados das 9h às 17h. Afinal, há coisas que o mundo não pode esquecer.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 1 de maio de 2015)

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