sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A conspiração

Sou vidrado em teorias da conspiração. Gosto de todas, acredito em tudo. Basta vir com uma teoria da conspiração para o meu lado que eu de imediato a adoto e viro partidário. E quanto mais cabeluda, melhor. Adoro!
O homem na lua, por exemplo. Que o homem foi para a lua que nada! Tudo não passou de armação dos americanos no final da década de 1960, no auge da Guerra Fria, para darem a impressão de terem vencido a corrida espacial contra os soviéticos, a quem desejavam convencer de que possuíam melhor e mais avançada tecnologia. Um recado tipo assim: “Ó, cuidado vocês aí... nós mandamos o homem para a lua... se não se aquietarem, mandamos todos vocês para o espaço”. Tipo isso, entende? Tem lógica, óbvio. E para tanto, usaram os recursos cinematográficos de Hollywood para criar o cenário convincente. Dizem até que contrataram o diretor Stanley Kubrick para dirigir a coisa toda, e que ele teria assinado um termo de silêncio, mas espalhou pistas sobre isso nos demais filmes que fez depois. Bah, claro que sim!
E os extraterrestres? Que me dizem dos extraterrestres? Barack Obama é um extraterrestre, assim como o são e foram todos os presidentes dos Estados Unidos. Óbvio que sim. Como prova, basta acompanhar os atos de seus mandatos ao longo das últimas décadas. Eles não fazem coisas de outro mundo? Hein? Que me diz? Han?
E Elvis não morreu. Nem John Lennon. Tampouco Michael Jackson. Tudo não passa de farsas bem armadas para que esses ídolos possam escapar das mordidas do imposto de renda ,escapar da encheção de saco dos fãs, escapar dos credores, escapar da mídia e irem viver suas milionárias vidas sob disfarce nas paradisíacas ilhas de Honolulu ou em recantos impensáveis no Terceiro Mundo. Prova disso é que dia desses cruzei com Jim Morrison ali na esquina da Júlio com a Dezoito, mas ele fez que não me reconheceu. O quê? A Júlio não faz esquina com a Dezoito? Tá, então não era o Jim Morrison. Vou passar lá de novo dia desses, para ver. Talvez fosse o impostor esse que há décadas se faz passar por Paul McCartney, porque o verdadeiro morreu ainda na época dos Beatles, como todos sabem.

E as peças do Shakespeare? Claro que não foi ele quem escreveu! Foram outros, se passando por ele. Afinal, ninguém queria ser chamado de gênio, e Shakespeare não poderia ser aquele gênio que ele é sozinho, entendem? Igual aos meus textos. Quem disse que sou eu quem os escreve? Já pensaram nisso? Ahá!
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 13 de dezembro de 2013)

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