terça-feira, 9 de setembro de 2014

O cão ou a salsicha?

Existem mistérios filosóficos que jamais desvendaremos. Entre eles, aquele que instiga a pensar sobre a precedência de algumas coisas sobre as outras, como “quem veio primeiro: o ovo ou a galinha”? Isso, jamais elucidaremos. Mas há outros que, com um pouquinho de pesquisa e de raciocínio, é possível sanar. Por exemplo: todos achamos que a raça de cachorro dachshund é apelidada de “salsicha” por causa de seu formato semelhante ao do embutido comestível, mas é o contrário. Surpresa, não?
Pois é, e como foi que descobri isso? Ora, minha senhora, pesquisando. Para sua informação, saiba que hoje, 9 de setembro, comemora-se a invenção do cachorro-quente, ocorrida há 130 anos, em 1884, nos Estados Unidos. Sim, até o prosaico cachorro-quente, sucesso das festinhas infantis de sábado à tarde, teve de ser inventado pelo engenho humano, não nasceu pronto em árvores como o xis-bacon ou o salame.
Pois consta que foi um imigrante alemão que se estabeleceu nos Estados Unidos em 1880 e passou lá a vender com sucesso uma salsicha quente criada por um patrício seu na Alemanha, décadas antes. Esse alemão na Alemanha, o das salsichas, batizou seu embutido compridinho de “salsicha dachshund”, devido à semelhança do acepipe com o formato de seu cãozinho de estimação. Assim, as salsichas eram inicialmente conhecidas como “dachshund” e também como “salsichas cachorrinho”. Como eram vendidas quente, viraram hot-dogs. Então, foi o cão que batizou a salsicha, e não o contrário. Não existe o cachorro tipo salsicha, mas sim a salsicha tipo cachorro. Porque obviamente o cachorro veio antes, né!

Já o alemão migrado para os Estados Unidos vendia seu lanche inicialmente acompanhado por um par de luvas, para que os clientes protegessem as mãos do calor e da gordura. Só que a maioria não devolvia as luvas e ele começou a ter prejuízo. Daí que (bingo!) veio a ideia de envolver a salsicha em um pãozinho sovado, dando origem então ao maravilhoso invento culinário que exatamente hoje faz anos. Já pode imaginar o que vou sugerir para celebrar a data e a ingestão de tanta informação nova...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 9 de setembro de 2014)

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