O que o ex-primeiro ministro inglês Winston
Churchill (1874 – 1965), o ex-ator norte-americano Groucho Marx (1890 – 1977), o
ex-jornalista brasileiro Apparício Torelly (1895 – 1971) e o ex-comediante
estadunidense Will Rogers (1879 – 1935) têm em comum? Como disse, senhora? A
senhora quer arriscar? Vai firme, diga. Ah, sim, todos já estão mortos. Bem, é
verdade. Se bem que a dica em relação a isso foi dada pelas datas inseridas nos
parênteses após cada nome, não é mesmo? Algo mais? Perdão? São todos “ex”
alguma coisa? Bem, sim, mas trata-se da mesma dica apresentada de forma
diferente. Quer tentar mais uma vez? Nasceram todos no século 19? Ah, que
interessante... De fato, isso é verdade, eu não tinha percebido. Muito atilada,
a senhora, parabéns. Mas não é disso que se trata a crônica que pretende
uni-los. Tente outra vez.
São, eles todos, pessoas famosas?
Ah, isso sim, está chegando perto. Mas qual seria o aspecto que os une na fama,
apesar de terem atuado em áreas distintas ao longo de suas vidas? Como? Ah, a senhora
desiste? Está indo lá para o fim do caderno resolver as Cruzadinhas? Não seja
assim, madame, está impaciente hoje. Não me abandone ainda. Siga lendo, já
elucido. O que acontece, e que me veio à mente reunir essas quatro
personalidades na mesma frase hoje ao abrir destas diárias mal digitadas
linhas, é que foram grandes frasistas. Criadores de frases de efeito,
impactantes, repletas de significados e que nos induzem à reflexão. Tanto que
eles passaram, mas alguns de seus ditos vencem os ditames do tempo e permanecem
vivas, plenas de significado para nossos dias de hoje.
Churchill, Torelly (o Barão de
Itararé) e Marx (o Groucho, saliente-se) já renderam, com suas sentenças,
crônicas de minha lavra ao longo do tempo. Mas, dia desses, tomei conhecimento da
existência de Will Rogers, ator e comediante norte-americano pouco conhecido dos
brasileiros. Fiquei sabendo dele devido a uma de suas sentenças espirituosas,
por meio da qual podemos identificar um aspecto interessante da sociedade
moderna. Eis a frase: “A maioria das pessoas gasta o dinheiro que não tem para
comprar coisas de que não precisa a fim de impressionar pessoas de quem não
gosta”. E não é verdade, madame, isso que ele disse? Não faz a gente pensar
sobre o que algumas pessoas ao nosso redor fazem e sobre atitudes que às vezes
nós mesmos adotamos sem perceber? Pois é. Tem razão. Vamos às Cruzadinhas.
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 1 de março de 2016)
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