Parabéns a você, que se dedica
profissionalmente à tarefa (dificílima) de fazer as pessoas rirem, pois que
hoje, 12 de abril, é o seu dia! Não sabia? Não tem problema, isso é comum. Dias
atrás (7 de abril) eu também fui largamente parabenizado pelo Dia do Jornalista
e desconhecia a data. Mas, no meu caso, tratava-se de pura distração mesmo, já
que sou jornalista há anos e a data comemorativa também existe há bastante
tempo. No seu caso, prezado humorista, trata-se de novidade relativa (o que
explica e justifica o eventual desconhecimento), pois que este é recém o
segundo ano em que se comemora o Dia Nacional do Humorista, instituído
oficialmente em 2015, a partir da sanção presidencial.
O dia 12 de abril foi escolhido
para homenagear essa categoria profissional no país por ser o aniversário de
nascimento de um dos mais geniais humoristas já surgidos em solo pátrio: Chico
Anysio, que morreu em 2012, deixando uma ampla lacuna de criatividade, humor
inteligente e genialidade impossível de ser minimamente preenchida. É em Chico Anysio,
aliás, que eu pensaria de imediato se fosse eventualmente convidado a
direcionar meus parabéns pelo Dia Nacional do Humorista. Como ele já morreu,
precisaria pensar em outro nome, que esteja na ativa, para redirecionar minhas
felicitações. Alguém que simbolizasse nos dias de hoje toda a finesse
necessária para se fazer humor de qualidade, aliada a inteligência, bom gosto, criatividade,
ousadia com respeito, originalidade, surpresa e, o mais importante de tudo;
graça. E daí me vem à cabeça, imediatamente... me vem... assim, de imediato
surge o nome de ... bem... de...
Chico Anysio! Não, Chico já
morreu, como vimos acima. Pensemos outro. Claro, tem o Jô Soares, que continua
inteligente e bem-humorado, mas há anos direciona seu talento para um programa de
entrevistas (onde seu refinado humor impera, é verdade) e não mais à produção
profissional de humor. Poderia citar Agildo Ribeiro ou Moacyr Franco, mas andam
meio sumidos. E, nesse rastro, só me surgem nomes da antiga (vivos ou mortos):
Os Trapalhões (o quarteto clássico formado por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias),
José Vasconcellos, Juca Chaves, Apparício Torelly (o Barão de Itararé), as
turmas do Planeta Diário e da Casseta Popular quando ainda faziam humor
impresso (antes de irem para a TV), o quadrinista Canini, o cartunista Péricles
(criador de “O Amigo da Onça”)... É, ficou difícil. Vejo-me, súbito, detectando
o surgimento de uma estranha crise de humor. Ou estarei eu ficando chato? A se
pensar...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 12 de abril de 2016)
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