terça-feira, 12 de abril de 2016

Data para ser levada a sério

Parabéns a você, que se dedica profissionalmente à tarefa (dificílima) de fazer as pessoas rirem, pois que hoje, 12 de abril, é o seu dia! Não sabia? Não tem problema, isso é comum. Dias atrás (7 de abril) eu também fui largamente parabenizado pelo Dia do Jornalista e desconhecia a data. Mas, no meu caso, tratava-se de pura distração mesmo, já que sou jornalista há anos e a data comemorativa também existe há bastante tempo. No seu caso, prezado humorista, trata-se de novidade relativa (o que explica e justifica o eventual desconhecimento), pois que este é recém o segundo ano em que se comemora o Dia Nacional do Humorista, instituído oficialmente em 2015, a partir da sanção presidencial.
O dia 12 de abril foi escolhido para homenagear essa categoria profissional no país por ser o aniversário de nascimento de um dos mais geniais humoristas já surgidos em solo pátrio: Chico Anysio, que morreu em 2012, deixando uma ampla lacuna de criatividade, humor inteligente e genialidade impossível de ser minimamente preenchida. É em Chico Anysio, aliás, que eu pensaria de imediato se fosse eventualmente convidado a direcionar meus parabéns pelo Dia Nacional do Humorista. Como ele já morreu, precisaria pensar em outro nome, que esteja na ativa, para redirecionar minhas felicitações. Alguém que simbolizasse nos dias de hoje toda a finesse necessária para se fazer humor de qualidade, aliada a inteligência, bom gosto, criatividade, ousadia com respeito, originalidade, surpresa e, o mais importante de tudo; graça. E daí me vem à cabeça, imediatamente... me vem... assim, de imediato surge o nome de ... bem... de...

Chico Anysio! Não, Chico já morreu, como vimos acima. Pensemos outro. Claro, tem o Jô Soares, que continua inteligente e bem-humorado, mas há anos direciona seu talento para um programa de entrevistas (onde seu refinado humor impera, é verdade) e não mais à produção profissional de humor. Poderia citar Agildo Ribeiro ou Moacyr Franco, mas andam meio sumidos. E, nesse rastro, só me surgem nomes da antiga (vivos ou mortos): Os Trapalhões (o quarteto clássico formado por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias), José Vasconcellos, Juca Chaves, Apparício Torelly (o Barão de Itararé), as turmas do Planeta Diário e da Casseta Popular quando ainda faziam humor impresso (antes de irem para a TV), o quadrinista Canini, o cartunista Péricles (criador de “O Amigo da Onça”)... É, ficou difícil. Vejo-me, súbito, detectando o surgimento de uma estranha crise de humor. Ou estarei eu ficando chato? A se pensar...
(Crônica publicada no jornal Pioneiro em 12 de abril de 2016)

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